Folha de S. Paulo


'Parecia um avião, não helicóptero', afirma morador

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O barulho foi tanto que o administrador Colin Riley, 35, temeu pelo pior. "Pensei que ia morrer. Parecia um avião, não helicóptero", diz.

Riley mora em um sobrado, com piscina e amplo jardim, a quatro casas da residência mais atingida pela aeronave que caiu nesta quinta (2) em Carapicuíba (Grande SP), deixando cinco mortos, entre eles Thomaz

Rodrigues Alckmin, 31, filho caçula do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

Segundo ele, pedaços da aeronave, como peças de espuma, caíram antes dela. "E uma parte da pá caiu no meu jardim", diz. "Outro pedaço dela continua no telhado."

Após o susto, Riley decidiu sair para a rua, onde encontrou outros vizinhos também bastante apavorados.

Reprodução
Parte do helicóptero em banheiro de casa no condomínio
Parte do helicóptero em banheiro de casa no condomínio

"Havia muito cheiro de querosene. Graças a Deus não houve explosão."

Alguns respingos do combustível continuavam nesta sexta no portão de sua casa no condomínio Fazendinha, onde mora há dois anos.

Além de pânico, o acidente aéreo deixou destroços espalhados por toda parte.

Na casa da tradutora Maura Fuchs, uma parte grande do helicóptero foi parar dentro do banheiro. O cômodo ficou totalmente destruído.

Ela havia saído pouco tempo antes, mas seu marido estava dentro da residência na hora do acidente. "Fui buscar meu filho no trabalho. Estava voltando [quando houve o acidente]", conta. "Pensei no meu marido na hora."

Com a casa interditada pelas equipes que retiravam os destroços da aeronave, Maura havia passado a noite na casa de amigos.

COLEGAS

Ex-funcionária da Helipark (empresa com sede na região de onde o helicóptero havia decolado), Rosana Sandri, 23, estava em sua casa, próximo ao condomínio Fazendinha, quando aconteceu a queda da aeronave.

"Era como se o helicóptero estivesse 'desligando'. Pensei nos meus amigos na hora", afirma ela.

Rosana conta que passou a noite sem dormir, por não saber o nome das duas vítimas que eram funcionárias da Helipark -os mecânicos Erick Martinho, 36, e Leandro Souza, 34.

Informada pela reportagem de que as identidades estavam disponíveis, fez um pedido: "Por favor, não me conta agora, senão vou começar a chorar aqui".

GUINDASTE

Nesta sexta-feira, a operação para retirada dos destroços deixou parte das casas sem luz, entre elas a do administrador Riley.

As partes da aeronave vinham sendo removidas por um guindaste.

Por causa do risco de a máquina se chocar contra os fios de eletricidade da rua, a energia foi desligada. A ação foi concluída à noite.


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