Folha de S. Paulo


Grupo faz queixa contra promotora que pediu paralisação de ciclovias

Cicloativistas anunciaram que darão entrada com representação na Corregedoria do Ministério Público contra a promotora responsável pela ação que barrou a construção de ciclovias em São Paulo.

A Ciclocidade (Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo) e outros grupos alegam que, ao entrar com pedido de paralisação das vias para bicicletas, a promotora Camila Mansour Magalhães da Silveira atentou contra a segurança de ciclistas da capital paulista.

Camila conseguiu na Justiça a paralisação de todas as obras na cidade, com exceção da ciclovia da avenida Paulista. A argumentação da promotora, aceita parcialmente pela Justiça, é que não houve planejamento para as ciclovias.

Na semana passada, em coletiva de imprensa na sede do Ministério Público, os cicloativistas bateram boca com a promotora.

Os ciclistas contestam as afirmações da promotora de que os problemas nas ciclovias causam riscos a quem usa bicicleta. Na visão dele, apesar de problemas pontuais, as ciclovias garantem a segurança da categoria.

"Se a representada [a promotora] tivesse considerado, para formar a sua convicção, não apenas fotos de buracos, desníveis e outras irregularidades no pavimento das ciclovias, mas principalmente as fotos de dezenas de ciclistas atropelados e mortos todos os anos na cidade de São Paulo, certamente a sua atuação funcional teria tido outro resultado: proporia a correção dessas irregularidades, mas nunca a suspensão das obras, e, o mais inaceitável, o desfazimento de ciclovias", afirma trecho da representação, que cobra a apuração da conduta da promotora no caso.

Questionada por meio da assessoria de imprensa do Ministério Público, a promotora ainda não se pronunciou.

A prefeitura informou que foi notificada na segunda (23) pela Justiça a paralisar todas as obras –de manhã, ainda havia funcionários trabalhando na ciclovia da avenida São João.


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