Folha de S. Paulo


Explosão de dengue no Estado faz Alckmin querer antecipar vacina

Com a confirmação de 67 mortes por dengue, 75% do total registrado no ano passado, e com 196,8 mil casos notificados da doença em todo o Estado de São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer autorização da Anvisa para que seja aplicada uma vacina ainda em testes na população.

De acordo com o tucano, o método de imunização já tem 12 mil doses prontas e está em fase de testes clínicos, no Instituto Butantã, na capital.

"Nós estamos otimistas com a vacina. Ela está pronta. Falta a chamada fase três, que é a fase clínica. Mas nós pedimos à Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária] para liberar, porque ela não tem contraindicação."

O governador deu a declaração na última quinta-feira (19), em visita a Sumaré, 17º município paulista com mais confirmações de dengue.

A ideia de Alckmin é fazer a aplicação da vacina em regiões que estejam sendo muito afetadas pela doença. Segundo os últimos balanços, Sorocaba, Catanduva e São Paulo são as três cidades que mais possuem casos de dengue. Juntas elas somam 11.144 confirmações.

"Há uma vacina do instituto Sanofi Pasteur, que, além de muito cara, são três doses. A proteção é boa, mas a nossa [do Instituto Butantã] pode ser melhor e é uma dose só. Ela levaria mais dois anos para completar a terceira fase, mas poderia ser utilizada já", afirmou o governador.

Para o pesquisador Ricardo Lourenço, pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, do Rio, um dos mais importantes do país, as vacinas desenvolvidas no Brasil têm boas chances para ficarem prontas até o ano que vem, mas que ainda enfrentam desafios de imunização total.

Para Lourenço, o combate aos focos do mosquito Aedes aegypti dentro de casa, com buscas semanais por possíveis criadouros, é a melhor solução atual para evitar a proliferação da doença.

CAPITAL

Foi confirmada nesta sexta-feira (20), a terceira morte por dengue na capital. A vítima foi um homem de 35 anos morador da Pedreira, na zona sul da cidade.

As outras duas vítimas foram uma mulher de 84 anos, da Freguesia do Ó (zona norte) e um garoto de 11, também da zona sul da cidade.

Em 2014, 14 pessoas morreram por dengue na cidade, que está com 2.339 casos confirmados da doença.

Editoria de Arte/Folhapress

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