Três dias antes de morrer, Rubens Saraceni se despediu dos filhos e da mulher. Médium desde a década de 1980, parecia saber que faria em breve sua passagem —termo utilizado na umbanda para designar a morte.
Após pedir à família que não chorasse, declarou seu amor por todos e recomendou que continuassem as atividades no Colégio de Umbanda Pai Benedito de Aruanda, que fundou em 1999, na zona leste da capital paulista.
Nascido em Osvaldo Cruz (interior do Estado), Rubens entrou em contato com a religião ainda jovem, pouco depois de começar o namoro com a vizinha Alzira, que conhecia desde a infância.
Apesar do interesse precoce, só se converteu à religião após seu filho Maurício ser diagnosticado autista.
De acordo com Estela, também filha do casal, na umbanda se entra "pela dor ou pelo amor". No caso de Rubens, ela considera que foi um pouco pelos dois.
Conhecido como Pai Rubens pelos frequentadores de seu centro de umbanda, costumava atender mais de mil pessoas às quintas-feiras, dia de aplicação de passes.
Ao longo da carreira, lançou cerca de 50 livros psicografados e foi autor de outros 30, que permanecem inéditos para o grande público.
Fumante desde os 20 anos, largou o vício após o diagnóstico de câncer de pulmão. Morreu na manhã de segunda-feira (9), aos 63, devido a um enfisema pulmonar.
Deixa a mãe, Leocádia, cinco irmãos, os filhos, Maurício, Estela e Graziela, além da mulher, Alzira, com quem foi casado por 46 anos.