Folha de S. Paulo


Velocidade média nos corredores de ônibus está aquém do planejado em SP

A velocidade dos corredores exclusivos de ônibus criados a partir do plano de transportes implementado há 12 anos em São Paulo está muito aquém do objetivo divulgado à época.

Em 2003, a meta estipulada pela SPTrans (empresa que gerencia o transporte público) no plano era chegar a 20 km/h nos horários de pico.

Dados da SPTrans mostram que a velocidade média nos corredores até o final do ano passado era de 14 km/h.

Mas a SPTrans argumenta que uma série de fatores deve ser considerada para saber se a velocidade média é satisfatória ou não.

No primeiro semestre de 2013, a velocidade média nos corredores existentes se limitou a 13,5 km/h.

A Folha mostrou nesta terça-feira (10) que a maioria das promessas previstas no plano de transporte criado durante a gestão Marta Suplicy (PT) foi abandonada.

Levantamento da reportagem mostra que, passados três mandatos –de Marta Suplicy (PT), José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD)–, de 300 km de novos corredores de ônibus prometidos em 2003, só 83 (28%) foram entregues, metade de 30 novos terminais previstos não saiu do papel e o projeto de construir 350 estações de transferência (pontos mais estruturados para baldeações) nunca foi adiante, já que apenas três deles foram construídos.

Uma nova licitação para escolher os novos empresários que vão operar no sistema de transporte deve ocorrer até julho.

Desde 2012, o serviço é mantido por contratos emergenciais, já que o acordo original, assinado em 2003, já venceu.

A baixa velocidade atinge a maioria dos 83 km de corredores entregues de 2003 para cá, segundo dados detalhados no site da SPTrans datados de 2012. No corredor Pirituba-Lapa-Centro, a velocidade média nos picos da manhã e da tarde não passa de 11,5 km/h.

A situação se repete no corredor Campo Limpo-Rebouças-Centro, também com média de 11,5 km/h.

O Expresso Tiradentes é o que tem melhor fluidez. As pistas elevadas e segregadas garantem velocidade média de 35 km/h no pico da manhã (das 6h às 10h).

Especialistas dizem que a grande quantidade de linhas criadas de lá para cá é a principal responsável pela redução da velocidade nos corredores.

A prefeitura elabora um estudo sobre a sobreposição de linhas para avaliar a necessidade de corte ou não delas.

Mas a gestão Fernando Haddad (PT) já anunciou que irá diminuir o número de ônibus, colocando mais veículos articulados (que podem levar até 240 pessoas) nos corredores.

OUTRO LADO

Em nota, a SPTrans disse que a velocidade dos ônibus não pode ser avaliada "de maneira tão simplista".

"Há o crescimento da cidade e da frota de automóveis particulares, há a limitação do sistema viário, há uma série de fatores determinando que essas metas sejam calculadas e redimensionadas conforme variáveis muito claras, especialmente nos horários de pico de trânsito", diz o texto.

Editoria de arte/Folhapress
TRSistema integrado de ônibus de São Paulo, planejado em 2003, tem obras que não saíram do papel
TRSistema integrado de ônibus de São Paulo, planejado em 2003, tem obras que não saíram do papel

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