Folha de S. Paulo


Avanço da dengue deve ter auge no Estado de São Paulo em maio

Mesmo com 38.714 casos confirmados de dengue no Estado de SP no primeiro bimestre deste ano (quase o triplo do mesmo período de 2014), as autoridades de saúde se preparam para um avanço ainda maior da doença nos meses de abril e maio.

A explicação para isso está no comportamento do clima e na sazonalidade do mosquito Aedes aegypti. Como as chuvas neste ano minguaram em janeiro e foram mais expressivas em fevereiro, continuando em março, com o calor, as infestações mais expressivas poderão se dar mais tarde.

"Há uma persistência maior das condições que favorecem a ovulação do mosquito", diz o médico Jean Gorinchteyn, do Instituto Emílio Ribas. O comportamento da doença para este ano é semelhante ao do ano passado.
Levantamento da Folha publicado no último dia 5 mostrou que a situação é a mais crítica ao menos desde 2010.

Editoria de Arte/Folhapress
Confira o manual antidengue

Em 50 dos 645 municípios paulistas, a reportagem mapeou 44.140 infectados. É mais que a quantidade registrada no Estado inteiro no primeiro bimestre de cada um dos últimos cinco anos.

No Estado, em 2014, entre abril e maio, foram 127.570 casos e, na capital, 22.347. Em junho, os registros, embora ainda altos, começaram a cair, com o tempo mais seco, e despencaram em julho, com as temperaturas mais baixas.

Segundo especialistas, a maior parte das pessoas contrai a dengue a partir de focos localizados dentro das próprias casas. É preciso fazer uma varredura pelo menos uma vez por semana, com atenção para vasos, calhas, telhados e outros recipientes.

A dengue já matou 32 pessoas neste ano no Estado, contra 87 ao longo de todo o ano passado. A primeira vítima na capital foi registrada na semana passada, na zona norte, região, até agora, mais problemática para a doença. Uma segunda morte, esta na zona leste, ainda é investigada.

PERGUNTAS E RESPOSTAS

O mosquito da dengue só ataca de dia?
Não. Ele tem hábitos diurnos, mas pode picar e transmitir a doença a qualquer hora

Quais são as medidas mais eficazes contra a transmissão?
A prevenção e o combate ao mosquito dentro das residências, que são responsáveis por 80% dos focos do inseto, são as melhores medidas. Uma varredura deve ser feita semanalmente em calhas, caixas-d'água, telhas e vasos de plantas. Geladeiras com reservatório também. Dê atenção a galhos caídos, capazes de guardar pequenos pontos de água onde o mosquito pode se multiplicar

Quais os cuidados com crianças pequenas?
Não use repelentes naquelas com menos de dois anos. Para essas, use mosquiteiros no berço, no carrinho e em outros locais onde elas costumam dormir. Prefira roupas compridas e claras, que facilitam a visualização do inseto. Crianças acima de dois anos, sem contraindicação médica, podem usar repelentes, mas é preciso ver no rótulo se são eficazes contra o Aedes aegypti

Quem pegou dengue uma vez pode pegar de novo?
Sim, mas nunca do mesmo tipo, e a probabilidade tende a ser menor. Há hoje quatro subtipos identificados

A crise da água pode contribuir com o aumento da infestação?
Sim, por isso tenha cuidado com as formas de armazenar água. Dê preferência a recipientes pequenos, que devem ser tampados ou protegidos por mosquiteiros

Em quanto tempo surgem os sintomas?
Em três a sete dias

Devo ir ao médico assim que sentir um sintoma?
Sim. Nunca se medique sem orientação. O médico é quem deve analisar a gravidade da doença e indicar o tratamento


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