Folha de S. Paulo


Bônus na conta levou a economia de 100 bilhões de litros d'água, diz Sabesp

A Sabesp anunciou nesta segunda-feira (9) que foram economizados quase 100 bilhões de litros de água desde fevereiro de 2014, quando implantou o bônus para incentivar a economia na Grande São Paulo. Devido à medida, a empresa afirmou que conseguiu reduzir, apenas em janeiro deste ano, um volume de 5.400 litros por segundo, o suficiente para atender 1,5 milhão de pessoas.

A água economizada desde a implantação do bônus representa mais da metade da capacidade total de armazenamento do sistema Guarapiranga ou um décimo do Cantareira, o mais prejudicado pela seca.

O programa de bônus, em conjunto com a redução de pressão, é a principal ferramenta do governo para incentivar a economia na maior crise hídrica da história do Estado. A maioria dos moradores da Grande São Paulo e de brasileiros em geral apoia a implantação de uma medida mais drástica: um rodízio, mostra pesquisa do instituto Datafolha. As entrevistas na região metropolitana de São Paulo apontam que 60% são a favor de um rodízio de água.

O programa de economia foi criado em fevereiro de 2014. Cerca de 80% dos clientes da área de atuação da Sabesp conseguiram gastar menos água no período. De acordo com a empresa, 53% reduziram o consumo em mais de 20% e receberam um desconto de mais 30%).

Outros 13% conseguiram economizar sem atingir o bônus, 7% diminuíram o uso entre 15% e 20% –que dá direito a mais 20% de desconto– e outros 5% tiveram um gasto de água entre 10% e 15% menor e ganharam bônus de 10%.

Outros 22% dos clientes não reduziram o consumo de água, mas nenhum deles pagará a taxa extra implantada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB) para quem gastar acima da média. A tarifa excedente, que passa a valer a partir deste mês, vai representar um acréscimo de 20% a 50% sobre a conta de quem aumentar o consumo de água. Ficam fora, os clientes da tarifa social, que consomem menos de 10 m3 por mês, além de hospitais e outras instituições públicos prioritárias.

O cálculo usado pela Sabesp para comparar o consumo é feito em relação à média de gasto de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.

A empresa informou que vai usar o dinheiro extra em "medidas de uso racional da água" e vai proibir de usá-lo para pagar "dividendos aos acionistas."


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