Folha de S. Paulo


Com chuva, nível do Cantareira sobe pelo segundo dia consecutivo

A chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo no final da tarde desta terça-feira (3) fez com que a capacidade do sistema Cantareira, que abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista, subisse pelo segundo dia consecutivo em 2015.

De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp nesta quarta-feira (4), o Cantareira opera com 5,2% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao índice registrado no dia anterior. A última vez em que o nível do Cantareira subiu foi no dia 26 de dezembro quando o sistema atingiu 7,4% de sua capacidade –após subir três dias consecutivos.

O sistema já opera com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada). Com a chuva desta terça, o sistema acumulou 9 mm de água. Até agora, o Cantareira acumula 44,4 mm de água –o que corresponde a 22,3% do volume esperado para fevereiro (199,1 mm).

Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress

PROIBIDO ESCOVAR OS DENTES

Com o decreto da prefeitura para redução de 20% no consumo de água, escolas municipais de São Paulo retomam as atividades nesta quarta com uma série de medidas restritivas. Entre elas, estão a proibição de escovar os dentes e a entrega da merenda em guardanapos, em vez das refeições em pratos, que precisam ser lavados.

O governo Geraldo Alckmin (PSDB) prepara um pacote com oito obras emergenciais para atravessar o período de estiagem deste ano, chamado pelo presidente da Sabesp, Jerson Kelman, de "deserto de 2015". As obras em projeto, entre as quais estão novas adutoras e estações elevatórias, têm como objetivo aumentar as fontes de água e a capacidade de tratamento dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê.

Em meio à mais grave crise hídrica de sua história, o Estado de São Paulo dispõe de apenas 271 funcionários para fiscalizar o uso da água, em represas, nascentes, poços e rios que abastecem a população, além de empresas e produtores rurais.

Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias.

ALTO TIETÊ

Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 11% de sua capacidade após baixar 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior.

O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

DEMAIS SISTEMAS

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, se manteve estável e opera com 47,9% de sua capacidade. O reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, opera com 28,4% de sua capacidade após subir 0,4 ponto percentual.

Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74,8% de sua capacidade –a mesma registrada em relação ao índice anterior. O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 29,8% de sua capacidade após subir 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.


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