Folha de S. Paulo


Controladoria Geral do Município investiga 40 servidores milionários

A CGM (Controladoria Geral do Município) investiga 40 servidores com patrimônio milionário sob suspeita de enriquecimento ilícito.

O órgão, criado na gestão Haddad (PT), obriga os 155 mil servidores a informar bens em nome do funcionário, do cônjuge e dependentes, como dinheiro no Brasil e no exterior, imóveis, joias e obras de arte.

Um dos objetivos é impedir que se repitam situações como a do ex-diretor de aprovação de projetos da Prefeitura, Hussain Aref Saab, suspeito de cobrar propina de construtoras. Em 2012, a Folha revelou que ele acumulou pelo menos 106 imóveis entre os anos de 2005 e 2012.

Aref responde a processos por lavagem de dinheiro e improbidade administrativa. Ele nega ter recebido propina.

Editoria de Arte/Folhapress

Esses 40 investigados pela prefeitura são casos mais graves entre 813 servidores mapeados preliminarmente –eles precisariam trabalhar ao menos 30 anos e economizando 60% do salário para obter todo seu patrimônio atual.

Além do fiscal Freitas, está nessa lista o engenheiro Roberto de Faria Torres, suspeito de cobrar propina durante os trabalhos de CPI na Câmara Municipal.

No oitavo lugar do ranking, ele adquiriu nos últimos cinco anos 19 imóveis -uma mansão com 23 cômodos, apartamentos de alto padrão, vagas em edifícios-garagem e boxes em prédios comerciais.

Caso os funcionários provem a origem legal do patrimônio, as investigações serão arquivadas. Enriquecimento ilícito não é crime no Brasil, mas rende responsabilização cível e penalidades administrativas, incluindo a possibilidade de demissão.


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