Folha de S. Paulo


Com greve dos motoristas, Curitiba fica sem ônibus pelo 2º dia seguido

No segundo dia de greve do transporte público, Curitiba (PR) amanheceu novamente sem ônibus nesta terça-feira (27) –apesar da ordem judicial que determinava que pelo menos 50% da frota deveria circular.

O sindicato dos motoristas e cobradores, que reclamam de atrasos no pagamento do salário, descumpriu a ordem. Pela manhã, nenhum ônibus circulou na cidade, onde 2 milhões de pessoas dependem do transporte público diariamente.

Nas garagens, grevistas impediram a saída de veículos. Alguns ônibus estão atravessados nas vias exclusivas, para dificultar o trânsito do transporte alternativo –lotações particulares e kombis fornecidas pela prefeitura.

Uma nova audiência está marcada para esta tarde, às 14h30, para que a Prefeitura de Curitiba e o governo do Paraná apresentem uma proposta de pagamento dos salários atrasados aos trabalhadores, a fim de encerrar a greve. A multa pelo descumprimento da frota mínima é de R$ 300 mil por dia.

No primeiro dia da paralisação, o movimento prejudicou passageiros e comerciantes da cidade.

FUNDO POLÍTICO

As empresas de ônibus argumentam que estão sem dinheiro devido a atrasos nos pagamentos feitos pelo poder público.

O governo do Paraná, comandado por Beto Richa (PSDB), dá um subsídio mensal ao sistema, mas ainda não pagou as últimas três parcelas, numa dívida de R$ 16,5 milhões. A proposta é parcelar esse valor em sete vezes.

A prefeitura, gerida pelo adversário político Gustavo Fruet (PDT), afirma que a falta desse repasse impediu o pagamento integral às empresas.

Governo e prefeitura travam agora uma queda de braço para definir o valor mensal dos repasses. No início do mês, o convênio que firmava o subsídio expirou.

A gestão de Richa quer pagar menos por passageiro; a prefeitura discorda do cálculo feito pelo governo e o acusa de "desinteresse" pelo transporte coletivo. Esta é a terceira greve geral dos ônibus em Curitiba desde 2012.


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