Folha de S. Paulo


Nível do Cantareira fica estável pelo segundo dia consecutivo

Com a forte chuva que atingiu a região metropolitana de São Paulo, o nível do sistema Cantareira permaneceu estável nesta terça-feira (27) pelo segundo dia consecutivo. Apenas os reservatórios de Alto de Cotia e Rio Claro registraram queda em sua capacidade em relação ao dia anterior.

De acordo com o boletim divulgado pela Sabesp, o Cantareira opera com 5,1% de sua capacidade –o mesmo índice registrado no dia anterior. O sistema abastece 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo e já funciona com a segunda cota do volume morto (água do fundo do reservatório que não era contabilizada).

Com a chuva desta segunda, o sistema acumulou 21 mm de água. Até agora, o manancial acumula quase a metade do volume esperado para todo o mês de janeiro: 134,2 mm de água –o que equivale a 49,5% da média histórica para o mês (271,1 mm).

Rubens Fernando Alencar e Pilker/Folhapress

Com a grave estiagem, a Sabesp começou a reduzir a pressão nas tubulações para economizar água. Ao reduzir a pressão na rede de abastecimento, o governo de Geraldo Alckmin (PSDB) "empurra" menos água pelos canos. Por um lado, reduz os vazamentos no sistema. Por outro, deixa casas sem água, em especial aquelas localizadas em pontos altos.

Com a ampliação dos cortes de água e com o aumento das reclamações, a Sabesp criou uma página em seu site na qual informa aos clientes da Grande São Paulo e da capital paulista os dias e os horários em que a pressão na rede de distribuição de água será reduzida.

O governador de São Paulo já discute novo aumento na tarifa de água a partir de abril, quatro meses após o último reajuste. Outra hipótese estudada é o endurecimento da cobrança de sobretaxa para quem gastar mais água. Além disso, o governo paulista já considera utilizar a terceira cota do volume morto do Cantareira.

Como saída para amenizar a crise da água, Alckmin quer usar a água da represa Billings para reduzir os impactos da crise que atinge a Grande São Paulo. Contudo, a represa Billings tem lixo acumulado em diversos pontos e água esverdeada pela proliferação de bactérias. "Isso aqui é um horror, só piorou nos últimos anos", diz a empresária Cornélia Juchem, de Diadema. A Sabesp diz ser possível transformar a água em potável, mas não detalha o que fará.

ALTO TIETÊ

Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 10,4% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao dia anterior. Com o temporal de segunda, o sistema acumula 85,9 mm de água –o que corresponde a 34,15% da média histórica para janeiro (251,5 mm).

O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

DEMAIS SISTEMAS

A represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, opera com 46% de sua capacidade após o nível subir 2,3 pontos percentuais em relação ao índice anterior.

O sistema foi o que mais se beneficiou com a forte chuva desta segunda: 29,8 mm de água acumulado no reservatório. O Guarapiranga deve ser o único sistema a atingir o volume esperado para o mês de janeiro. Até agora, o manancial acumula 218,2 – o que equivale a 95,1% da média histórica para o mês (229,3 mm).

O nível do reservatório Alto de Cotia, que fornece água para 400 mil pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera nesta terça com 28,4% de sua capacidade. Já o sistema Rio Grande, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 74,1% de sua capacidade após subir 0,1 ponto percentual em relação ao índice anterior.

O reservatório de Rio Claro, que atende a 1,5 milhão de pessoas, opera com 27,1% de sua capacidade após baixar 0,3 ponto percentual em relação ao dia anterior.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.


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