Folha de S. Paulo


3º ato contra tarifa em SP prejudica trânsito e termina sem confrontos

O terceiro "grande ato" contra o reajuste da tarifa no transporte público de São Paulo terminou com uma pequena confusão entre manifestantes e policiais na estação Belém do metrô. No entanto, não houve confrontos como nos dois protestos anteriores, que tiveram repressão policial, vandalismo e detenções.

Dessa vez, a manifestação organizada pelo MPL (Movimento Passe Livre) foi realizada na região do Tatuapé, zona leste paulistana. Prejudicou o trânsito quando fechou a Radial Leste, importante via que liga o centro à zona leste da cidade.

Segundo o movimento, 10 mil pessoas participaram da passeata. O número da PM é bem menor: 5.000. Havia adeptos da tática "black bloc" —que prega a depredação do patrimônio como forma de protesto—, mas eles não atuaram.

A Folha flagrou várias discussões entre membros do MPL e "black blocs". O movimento tentava convencer os mascarados a não praticar atos de vandalismo.

"Conversamos com os adeptos da tática black bloc e com outros manifestantes para que fosse mantida a pauta do ato", disse Luize Tavares, 18, do Passe Livre.

Numa das discussões, um militante do MPL afirmou: "um ato com 10 mil pessoas e você faz isso [tentar quebrar concessionária]. Assim você implode o ato. Vocês não podem cometer os erros de 2013."

O mascarado respondeu: "não faremos nenhuma maldade hoje."

Hoje, o ato começou na praça Sílvio Romero, bloqueou a Radial entre 20h e 20h45, caminhou por ruas do Belém e terminou em um largo do bairro.

Ao final, quando o MPL já havia encerrado o evento, algumas pessoas tentaram pular as catracas da estação Belém. Armados, policiais da Tropa de Choque invadiram o local. Houve uma pequena confusão. A reportagem presenciou policiais militares agredindo passageiros que não estavam no protesto. Manifestantes jogaram algumas pedras.

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TARIFA

Esse foi o terceiro ato organizado pelo MPL neste ano. O grupo reivindica a revogação do reajuste na tarifa de ônibus, metrô e trens. No início do mês, a passagem subiu de R$ 3 para R$ 3,50.

Antes da manifestação de hoje, outros dois protestos do grupo terminaram em confronto. Na última sexta-feira (16), policiais militares dispersaram os ativistas usando bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Dezenas de pessoas foram detidas e, em seguida, liberadas.

O capitão da PM Ubirajara Storai afirmou que o protesto de hoje foi "um ato grandioso". Luize Tavares, 18, membro do MPL, disse que o movimento comemorou o fato de a manifestação terminar pacífica. A próxima está marcada para esta sexta-feira (21), em frente ao Theatro Municipal, centro.


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