Folha de S. Paulo


Confronto durante protesto em SP 'tranca' clientes em bares e lojas

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A confusão no protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo obrigou clientes a ficarem trancados em bares e lojas da região da avenida Paulista na noite desta sexta (9).

O confronto entre manifestantes e policiais militares começou próximo do bar Sujinho, na rua da Consolação. Para não serem "atropelados" por "black blocs" e PMs, os clientes tiveram de correr para o interior da casa.

Como era um fim de tarde quente, os bares estavam todos lotados. O corre-corre se repetiu em vários deles.

"Eu não sabia [do protesto]. Só precisava de um bar na rua pra tomar cerveja", disse o músico Marcelo Scherer, 41, que se viu no meio da confusão na rua Matias Aires.

Editoria de Arte/Folhapress

O trajeto da manifestação foi definido minutos antes do início do ato, em votação entre os participantes. Com o confronto, porém, os manifestantes se espalharam por várias ruas da região, o que pegou de surpresa as pessoas.

"A gente sabia que ia ter manifestação, mas não que ia passar aqui. Sempre é lá na Consolação", disse o publicitário Thiago Correa, 31, em um bar da Matias Aires. "Nunca tinha respirado gás [lacrimogêneo], estava horrível."

Quem estava no Conjunto Nacional, na Paulista, e no Cine Belas Artes, na Consolação, também ficou trancado do lado de dentro. O mesmo aconteceu em várias lojas.

RESPONSABILIDADE

O Movimento Passe Livre, organizador do protesto, criticou a Polícia Militar. "A policia dispersou o ato na Consolação. A polícia está cercando as pessoas. Não houve confronto, mas a ação da policia contra o ato", disse o militante Andreza Delgado.

Em nota, o MPL classificou a ação como brutal e voltou a criticar o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB).

Disse que o reajuste das tarifas terá impacto para os mais pobres, que não são beneficiadas pelo passe livre estudantil adotado tanto por governo quanto por prefeitura.

A PM também emitiu nota, na qual culpou "vândalos" por atirar pedras e iniciar o confronto. Afirmou ainda que foi "necessário o uso de técnicas de dispersão para conter estas práticas criminosas".

A corporação acusou o MPL de, "por meio do silêncio", endossar "atos de vândalos".


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