Folha de S. Paulo


Haddad convida Chalita para Educação e sonda PSD para outras secretarias

O prefeito Fernando Haddad (PT) convidou o ex-secretário Gabriel Chalita (PMDB) para ser o novo secretário municipal de Educação.

O convite é uma entre outras mudanças previstas pela gestão, que buscará maior apoio do PMDB e do PSD de Gilberto Kassab.

Desde o ano passado, Haddad tem oferecido postos no primeiro escalão para o PSD, como, por exemplo, Turismo. A pasta foi oferecida a Marco Aurélio Cunha no ano retrasado e agora Antonio Goulart também foi sondado.

A ideia da gestão petista é fortalecer os laços com as duas bancadas na Câmara e seguir a lógica da esfera federal, já que ambos os partidos ganharam poder no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT).

Kassab, que assumiu o Ministério das Cidades, visitou Haddad ontem para garantir que dará andamento a todas as obras com dinheiro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Oficialmente, a prefeitura não confirma as movimentações. A reportagem, no entanto, confirmou os convites.

EDUCAÇÃO

Já a eventual vinda de Chalita poderia ajudar Haddad a sedimentar o caminho para reeleição, já que o peemedebista é um potencial candidato à prefeitura em 2016.

A aproximação de Chalita também dificulta a estratégia de o PMDB ter candidato de oposição em 2016, pois cogita-se também a candidatura de Paulo Skaf e até de Marta Suplicy, que poderia deixar o PT para ingressar no PMDB.

Ex-secretário estadual de Educação na gestão Geraldo Alckmin (PSDB), Chalita foi adversário de Haddad nas eleições de 2012, porém apoiou o petista no segundo turno contra José Serra (PSDB).

Chalita foi investigado em 11 inquéritos desde outubro do ano passado, quando um ex-colaborador foi ao Ministério Público para acusá-lo de cobrar propina de empresas que vendem para a Secretaria da Educação. Ele nega as acusações.

O atual secretário municipal de Educação, Cesar Callegari, tem sofrido críticas de membros da própria prefeitura, que entendem que programas importantes da gestão estão atrasados, como a ampliação de creches.

Em ao menos duas oportunidades, o próprio prefeito reclamou reservadamente do secretário. No ano passado, quando a pasta reduziu o kit de material escolar para os alunos.

E no fim do ano passado, quando Callegari disse à Folha que um aluno com notas 3,2,2 e 4 nos bimestres seria aprovado. Desde a campanha, Haddad afirma que sua intenção é impedir que os estudantes passem de série sem saber o conteúdo.

Neste caso, Haddad afirma que Callegari errou na forma de se expressar (ainda que o sindicato dos diretores das escolas tenha divulgado nota dizendo que houve, de fato, pressão da secretaria para que os alunos fossem aprovados mesmo com sérias dificuldades, para que os índices de reprovação não explodissem).


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