Folha de S. Paulo


Margarida Davina Andreatta (1922 - 2015) - Mais de meio século dedicado à arqueologia

Ainda na escola, Margarida Andreatta já atraía colegas interessados em ouvi-la contar fatos históricos. Em casa, acontecia o mesmo com os quatro irmãos quando ela decidia relembrar a vida dos antepassados que vieram da Itália e da Áustria.

Graduada em história e geografia na PUC-PR em 1957, Margarida voltou seus estudos para a arqueologia histórica e industrial, tornando-se uma pioneira na área.

Viajou o país todo escavando sítios arqueológicos —54 no total— do período colonial e dos séculos 19 e 20.

Entre outras, coordenou com um colega as pesquisas na fazenda Ipanema, em Iperó (SP), que abrigou a primeira fábrica de ferro do Brasil.

Também se devem à professora Margarida trabalhos realizados no centro paulistano, em sítios como o Anhangabaú e o Solar da Marquesa.

Desde 1972, era pesquisadora do Museu Paulista da USP, conhecido como Museu do Ipiranga, e professora da pós-graduação da universidade.

Coordenava ainda o Núcleo de Arqueologia da Universidade Braz Cubas, além de integrar entidades da área, inclusive internacionais —estudou na França e em Portugal.

Ativa até o final da vida, nos últimos tempos dedicou-se a sistematizar a documentação de suas pesquisas de campo.

Margarida morreu na quinta (1º), aos 92 anos, de problemas na vesícula. Deixa três irmãos e sobrinhos.

Segundo amigos, ela dava-se bem com todos e "nunca reprovou um aluno". Nesta quarta (7), foi homenageada com missas de sétimo dia em São Paulo e Curitiba e nas cidades paulistas de Mogi das Cruzes e Itu —era, aliás, muito religiosa.

coluna.obituario@uol.com.br


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