Folha de S. Paulo


Virada leva 2 milhões para a avenida Paulista e tem clima tranquilo

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A festa da virada de ano na av. Paulista, em São Paulo, reuniu 2 milhões de pessoas segundo estimativas da Polícia Militar.

Em todo o evento foram registradas apenas três ocorrências. Um caso de desacato à autoridade aconteceu após um homem se desentender com um policial ao tentar entrar na área da imprensa.

Um outro homem foi detido por tráfico de drogas e também foi registrado um furto de celular.

Todos os casos foram levados ao 78º DP (Jardins).

FESTA EM FAMÍLIA

O frentista Cléber Alves, 24, morador de Campo Limpo foi à festa com a esposa e dois filhos pequenos. Ele afirmou que "foi cansativo carregar as crianças, mas bastante tranquilo em geral". Ele disse que não sentiu clima de insegurança apesar de sua mulher ter tido o celular furtado."Eles roubaram em dois minutos", disse Patricia Gonçalves, 31, esposa de Cléber.

A atração que ela mais gostou foi o cantor Michel Teló, que tocou durante o momento da virada do ano.

Em coletiva dada à imprensa, Teló afirmou que nunca tinha tocado para um público tão grande. "Não dava pra ver onde o público acabava, foi emocionante". Durante o show, o público se estendeu do palco, próximo ao parque Mário Covas, até o Masp, quando começava a diminuir.

Teló foi a atração principal, mas também tocaram a banda Gin, os finalistas do programa "The Voice", da Globo, e os grupos Strike e Art Popular.

BRAÇO QUEBRADO

O médico plantonista Roque Lima de Souza disse que "até as 22 h a festa foi tranquila, quase sem atendimentos". Depois disso, porém, ele afirma que ocorrências por excesso de calor e álcool foram comuns.

Segundo Roque, que realizou atendimento próximo ao parque Trianon, o único caso mais grave que atendeu foi uma fratura de braço, ocorrida após uma queda durante a comemoração no momento da virada.

Outros médicos que conversaram com a reportagem não apontaram problemas mais graves.

CADEIRANTE

A estudante Vitória Saraiva Santos, 15, que é cadeirante, também acompanhou a virada com a família em uma área específica para pessoas com deficiência, próxima ao palco.

Ela disse que essa foi a terceira vez que esteve na virada da Paulista. Na primeira, há três anos, diz ter sido atraída pelo show da dupla Fernando e Sorocaba, "adoro música sertaneja".

A mãe de Vitória, a comerciante Fátima Saraiva, 46, acompanhou a filha junto com o marido e aprovou a festa. "Não tivemos nenhum problema durante o evento". Ela apenas reclamou da falta de divulgação da área de deficientes pela prefeitura. "Se a Vitória não tivesse ido atrás, nunca teríamos ficado sabendo", disse.

PROBLEMAS NO ACESSO

Como a polícia só abriu o acesso para a avenida Paulista a partir da alameda Campinas, quem chegou pelos lados da rua da Consolação teve que fazer uma longa caminhada antes de conseguir entrar na festa. "Demorei meia hora para andar até a alameda campinas e esperei mais 20 minutos na fila antes de ser revistado", disse o analista de sistemas André de Oliveira, 28.

Também houve quem tivesse sua entrada na festa barrada, como é o caso do skatista Matheus Müller, 18, de São Miguel Paulista. "Estávamos subindo para a festa e o policial falou para não entrarmos com os skates e para não testarmos a força do sistema". Ele diz que o policial afirmou que os skates dele e de seus amigos seriam tomados se eles tentassem entrar na festa.

A reportagem avistou, além deste, outros grupos de skatistas andando pela alameda Santos, paralela à Paulista, sem poder entrar na festa. Segundo Jonathan William, 21, que estava com Matheus, "eles veem o skate como uma arma, mas é um meio de locomoção. Eu não saio de casa sem o meu skate".

Segundo o sargento Anderson Ilarino da Silva, nenhum objeto que possa ser usado para machucar alguém é permitido, "não só skates, mas garrafas de vidro também".


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