Folha de S. Paulo


Luiz dos Santos Costa (1940-2014) - Lula Monstrinho, um goleiro sem luvas

Desde as peladas na praia de Maceió, Luiz dos Santos Costa gostava de jogar na linha. Nem imaginava que tinha talento (e altura) para vestir a camisa número 1 até o dia em que foi convocado para substituir o goleiro.

Passou por alguns times de Alagoas antes de chegar ao Náutico, em 1962, pelo qual se consagraria hexacampeão pernambucano (1963-68).

Depois, defendeu as cores do Corinthians e da seleção. Disputou as eliminatórias da Copa de 1970, mas se machucou antes da convocação para o Mundial do México.

Os problemas na coluna não deram trégua, e Luiz parou de jogar dois anos depois, já de volta ao Náutico.

Apesar de ter abandonado os gramados, não se livrou do apelido pelo qual ficou conhecido: Lula Monstrinho.

O primeiro nome era de infância; já o segundo veio de suas atuações. Diziam que ele era "um monstro" no gol. Com seu 1,83 m, voava para agarrar as bolas, sempre sem luvas. Não se sentia seguro usando o acessório, contava.

Conversador, adorava relembrar histórias da carreira, caso dos jogos em que defendeu chutes do "rei" Pelé.

Além de ferrenho torcedor do Náutico, acompanhava as partidas do Corinthians e do campeonato europeu, sempre ao lado do filho, Nelson, que morreu há dez anos.

Morreu na sexta (26), aos 74, de câncer. Deixa Lourdes, com quem completou 40 anos de casado na semana passada, além da filha, Luciana, e do neto, Davi —que tem talento para o gol, segundo o avô.

A missa do sétimo dia será rezada no dia 8, a partir das 19h30, na Igreja Matriz do Espinheiro, no Recife.

coluna.obituario@uol.com.br


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