Folha de S. Paulo


Fortes chuvas isolam praias do sul da Bahia; 2.000 estão desalojados

As fortes chuvas que atingiram a Bahia nos últimos três dias alagaram cidades, destruíram pontes e isolaram algumas das praias mais visitadas do sul do Estado.

A Defesa Civil da Bahia estima que 2.000 pessoas estejam desalojadas. Ao todo, 16 cidades decretaram estado de emergência. Não há registro de mortos ou feridos.

"Os rios da região transbordaram e, por isso, tivemos muitos pontos de alagamento e casas inundadas. Mas felizmente não tivemos ocorrências de maior impacto", afirma Salvador Brito, coordenador da Defesa Civil da Bahia, que alerta que ainda há famílias em áreas de risco.

A península de Maraú –onde ficam as praias de Barra Grande, Taipús de Fora, Taipús de Dentro e Campinho, destinos turísticos importantes no verão– está sem acesso por terra.

A estrada de acesso às praias, que não é asfaltada, foi comprometida pelas chuvas. Com isso, os turistas poderão chegar ao local apenas em barcos, que não transportam automóveis.

O acesso a praias como Itacaré, a partir de Salvador, também foi prejudicado. Uma ponte que liga as cidades de Ituberá e Nilo Peçanha, na região do baixo sul da Bahia, rompeu com as chuvas.

Enquanto não é feito um desvio, a BR-101 será a opção para quem quiser sair da capital de carro rumo às praias de Itacaré, Ilhéus e Barra Grande, num percurso com cerca de 100 km a mais.

Cidades maiores como Itabuna, Ilhéus, no sul do Estado, e Brumado, no sudoeste, também sofreram com os efeitos das chuvas e têm famílias desalojadas.

DESVIOS DE ROTA

O governo da Bahia promete recuperar emergencialmente as vias comprometidas e criar desvios nas pontes que se romperam. Ainda não há prazo, contudo, para que as obras fiquem prontas.

"Não se faz uma ponte da noite para o dia. É preciso criar alternativas rapidamente para não prejudicar o turismo na região", diz o presidente da ABIH (Associação Brasileira da Indústria Hoteleira) na Bahia, José Manoel Garrido.

Os comerciantes e donos de pousada de Barra Grande, na península de Maraú, orientam os turistas a estacionarem os carros na cidade de Camamu e atravessarem para a vila em lanchas, que saem de uma em uma hora.

"As chuvas foram realmente fortes, mas a vida já está voltando ao normal. A estrada não é o mais importante para o turista que recebemos aqui", diz Ângela Brozon, 55, dona de uma pousada em Barra Grande.


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