Folha de S. Paulo


Duas crianças morrem em MG e SP ao serem esquecidas no carro pelos pais

Duas crianças morreram na quarta-feira (17), em dois casos distintos, após terem sido esquecidas por horas dentro dos carros.

O primeiro caso aconteceu em São Bernardo do Campo, na Grande SP. O funcionário público Rodrigo Machado pegou a filha Marina, de dois anos e quatro meses, na casa da avó e, em vez de levá-la para a escola, foi direto para o trabalho.

Ao chegar na escola no fim do dia para buscar a menina, foi informado pelas funcionárias da escola que a unidade estava fechada e que a menina não estava lá. Somente neste momento que ele viu a menina no carro. Segundo a polícia, ela já estava sem vida.

O pai ficou completamente abalado e passou a noite na delegacia prestando depoimento com a mãe da criança, que também estava inconsolável. Os dois não quiseram falar com a imprensa.

A família mora em São Paulo e a menina foi matriculada em São Bernardo do Campo por causa do trabalho do pai.

OUTRO CASO

No outro caso, uma criança de um ano e 11 meses morreu em Belo Horizonte depois de ser esquecida pela mãe durante cinco horas dentro de um carro. A tragédia deixou a mãe em estado de choque.

Renata Barbosa, 36, é técnica em eletrônica e saiu para levar a filha ao berçário, mas foi direto para o trabalho, no aeroporto da Pampulha. Cinco horas depois, ela saiu para ir buscar a menina no berçário e, somente quando chegou ao local, no começo da noite, descobriu a tragédia, segundo a Polícia Militar.

A diretora do berçário, Euzeli Silva, disse que a mulher tocou o interfone e pediu para levarem a filha. Depois de informar a mãe que a pequena Clarice não tinha ido ao berçário naquele dia, a diretora foi até o portão e já encontrou a mãe transtornada e a criança morta cadeirinha no banco de trás do Fiat Uno.

Normalmente quem levava a criança para a escola era o pai, mas neste dia ele precisou viajar e a tarefa coube à mulher, segundo o cunhado dela, Edílson Maia. Renata tem outros dois filhos, de seis e sete anos.

Maria do Socorro, vizinha do berçário, disse que foi alertada pelos gritos da mãe, que gritava e dizia ter matado sua filha. O socorro médico foi chamado, mas quando chegou apenas constatou que a criança estava morta. A polícia vai abrir inquérito para investigar o caso.

Segundo psicólogos, os casos normalmente acontecem quando algo sai da rotina.

RIO

No Rio de Janeiro, uma criança de dois anos morreu na última sexta-feira (12) após ter sido deixada trancada dentro de um carro de transporte escolar irregular no bairro de Jardim América.

De acordo com a Polícia Civil, um inquérito foi instaurado para investigar as circunstâncias da morte do menor e verificar se houve o crime de abandono de incapaz.

Primeiramente, a condutora do veículo, Cláudia Vidal da Silva, 33, alegou ter desmaiado ao lado da criança. Segundo esta versão, ela só recobrou a consciência quando a criança já estava morta.

A Polícia Civil ouvirá novamente Cláudia depois de descobrir que ela pode ter mentido em seu depoimento. Segundo a polícia, ela teria ido à um salão de beleza quando a criança ficou presa no carro e morreu.


Endereço da página:

Links no texto: