Folha de S. Paulo


Justiça decide não punir falsa grávida de Taubaté (SP) por estelionato

Ré desde 2012 por suposto crime de estelionato, a pedagoga Maria Verônica Aparecida Santos, que ficou conhecida em 2012 como "a falsa grávida de Taubaté", não será mais punida pela Justiça.

A decisão, tomada pela 3ª Vara Criminal da cidade a 140 km de SP, extinguiu o processo que Maria Verônica e o marido, Kleber Vieira, respondiam há dois anos. Na época, ela inventou que estava grávida de quadrigêmeos.

A pedagoga ficou famosa ao posar e aparecer em jornais e TVs como futura mãe de quatro bebês. Para provar as afirmações, usou imagens de um ultrassom encontrado na internet.

Ela chegou a receber doações para sustentar as supostas crianças –que ficaram conhecidas como as "quatro Marias". Em um programa de TV, os dois ganharam R$ 7.000 em produtos de um shopping center.

A suspeita de fraude surgiu quando médicos que a atenderam mostraram exame que descartava gravidez. O marido dela também havia dito à "TV Record" que havia sido submetido a uma vasectomia antes de a mulher anunciar a gravidez.

A Polícia Civil abriu inquérito para apurar se o casal agiu de má-fé, mas o processo foi suspenso em dezembro de 2012, quando os dois devolveram todos os bens que ganharam.

Eles também fizeram um acordo com a Justiça de Santa Catarina e se comprometeram a pagar R$ 4.000 por danos morais à mãe do menino que aparece nos ultrassons.

À época, o advogado Enilson de Souza disse que a pedagoga foi diagnosticada com "pseudologia phantastica", doença que a faria criar um "mundo da fantasia" e acreditar na própria mentira.

Segundo o Ministério Público, a suspensão foi solicitada porque a falsa grávida demonstrou arrependimento e devolveu todos os bens que ganhou ao anunciar a gravidez.

O acordo, de dezembro de 2012, já dava a possibilidade de extinção da punibilidade após dois anos, caso não fossem praticados novos crimes durante esse período.

O caso ganhou tanta repercussão, que várias fantasias de "falsa grávida" foram vendidas durante o Carnaval de 2012.

A reportagem não conseguiu localizar o advogado Enilson de Souza ou o casal para comentar a decisão.


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