Folha de S. Paulo


Sabesp já fez pedido para usar volume morto do Alto Tietê, diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta terça-feira (9) que a Sabesp já encaminhou ao Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo) o pedido de autorização para o uso do volume morto –água abaixo das bombas de captação– do sistema Alto Tietê.

Como a Folha mostrou, o sistema, que abastece 4,5 milhões de moradores da região leste da Grande São Paulo, depende de chuva intensa nas próximas semanas para não entrar em colapso em janeiro. O nível das represas do sistema baixou e atingiu 4,6% nesta terça –menos que os 7,7% do sistema Cantareira.

"Estamos monitorando o sistema Alto Tietê, onde há várias represas. Em uma das represas, chamada Ponte Nova, nós temos uma reserva técnica de 40 bilhões de litros de água. A Sabesp já solicitou ao Daee a autorização, mas isso não quer dizer que a gente deve descuidar", afirmou Alckmin.

Segundo a Sabesp, esse é o primeiro pedido do governo estadual para a utilização do volume morto do sistema Alto Tietê. Apesar disso, já foram acrescidos, no início de novembro, 9 bilhões de litros ao volume útil do reservatório por meio do bombeamento de uma parcela do volume útil da represa de Biritiba-Mirim.

O Cantareira, que tem tido destaque no tratamento da Sabesp, já foi autorizado a utilizar duas cotas de seu volume morto. Se a intensidade de chuvas não aumentar muito até março, a governo estadual ainda terá em 2015 a possibilidade de recorrer à água da terceira cota do volume morto –se a manobra for aprovada por órgãos responsáveis.

Além das obras de captação nas represas mais críticas, o governo também usa descontos nas contas de água para tentar incentivar a população a economizar. A Sabesp informou na segunda (8) que chegou a 53% o percentual de moradores que conseguiram reduzir em 20% ou mais o consumo no mês de novembro.

"Nós temos que agradecer à população. Chegamos a 53% de pessoas que passaram a receber o bônus. Cresceu a adesão. A economia chegou a 4.100 litros por segundo, com bônus acumulado. Nossa constatação é de que aumentou a adesão depois que expandimos o bônus", comemorou o governador.

Alckmin disse que a aplicação de multas para quem aumentar o consumo ainda está sendo analisada. "Nós temos 20% de chamados gastões, que aumentaram o consumo, principalmente em residências [na região metropolitana] e nós não podemos abrir mão de ninguém. Todo mundo precisa ajudar", afirmou.


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