Folha de S. Paulo


Lei antifumo no Brasil deve dificultar começo do vício, aponta especialista

As experiências realizadas em Estados que já contam com a lei antifumo, como São Paulo, mostram que houve diminuição do número de fumantes e melhora na qualidade de vida dos chamados fumantes passivos.

A diretora-executiva da Aliança de Controle do Tabagismo e Saúde, Paula Johns, diz que as pessoas começam a fumar em uma situação social, e que a lei tem dificultado o início do vício. Veja os principais trechos da entrevista.

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Folha - Quais os ganhos para a saúde pública com a proibição do fumo em ambientes fechados?
Paula Johns - Fizemos medições em SP e os resultados foram expressivos. A exposição a fumaça reduziu mais de 90%, principalmente em bares e restaurantes. O impacto na saúde do fumante passivo é imediato, por exemplo, no caso das doenças cardiovasculares.

Com o fumo mais restrito, fica mais difícil se tornar um fumante?
Ninguém decide de uma hora para outra 'ser um fumante'. A pessoa começa a fumar normalmente em uma situação social e a lei pode ajudar a evitar a primeira tragada.

Além de ajudar o fumante passivo, a lei ajuda a abandonar o vício?
Se a pessoa não abandona totalmente, ela pelo menos diminui a quantidade de cigarros. Se no trabalho fumava dez, passa a fumar quatro, por exemplo, pois não vai toda hora na rua para fumar.
Mas as pesquisas mostram uma redução do número de fumantes por conta da lei e também devido às campanhas antifumo.

Editoria de Arte/Folhapress

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