Para realizar o sonho de cursar uma universidade, no começo dos anos 1960 o paraguaio Javier Salvador Gamarra embarcou em Assunção num avião da Força Aérea Brasileira com destino ao Rio.
Após um período por lá, instalou-se em Curitiba, onde passaria o restante da vida.
Médico formado pela UFPR (Federal do Paraná) em 1967, Javier descobriu a homeopatia, um tanto marginalizada à época, ainda no começo da carreira. Batalhou para que ela se tornasse uma especialidade médica, tornando-se conhecido entre seus pares, inclusive estrangeiros.
Ajudou a fundar diversas entidades ligadas à área, como a Associação Médica Homeopática Brasileira e a do Paraná —foi o primeiro presidente de ambas.
Viajou o mundo para divulgar o legado de Samuel Hahnemann (1755-1843), o "pai" da homeopatia. Em seu consultório, também recebeu pacientes de outros continentes e colegas dispostos a aprender o método terapêutico.
Se necessário fosse, atendia chamados de doentes durante o almoço de domingo ou no meio de feriados.
Fez estudos relacionando espiritismo e homeopatia e a aplicação desta na odontologia e na medicina veterinária.
Também pesquisou as propriedades do mel e participou de cursos de apicultura. No quintal de casa, criava abelhas e cultivava plantas medicinais. Gostava de ensinar para os filhos os benefícios de cada uma delas.
Morreu no dia 6, aos 73, de infarto. Deixa a mulher, Ana Josefina, os filhos, Javier, Juan e Delphine, quatro netos e um livro inacabado —já tinha uma obra publicada.