Folha de S. Paulo


Consumidor sofre porque não tem caixa d'água, diz Mauro Arce

O secretário de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo, Mauro Arce, afirmou nesta quarta-feira (12) que os consumidores sofrem com a falta de água por não ter caixa d'água em casa.

Em depoimento à CPI da Sabesp na Câmara Municipal, o secretário responsabilizou as pessoas que não têm caixa d'água adequada em suas casas por estarem sofrendo com torneiras secas nos últimos meses.

Pelo menos 2% da população, ou 400 mil pessoas, estão sendo afetadas pela redução de pressão na rede da Sabesp, ação que foi intensificada nos últimos meses. Segundo Arce, a falta de água durante a noite e a madrugada "é um problema que nasce principalmente em uma falta de atendimento à norma técnica".

O político do governo do PSDB afirma que existe um regra estabelecida pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que obriga as pessoas a terem caixa d'água em suas casas. Mas, na verdade, a regra apenas recomenda a instalação de reservatórios.

Depois de seu depoimento, ao ser questionado por uma jornalista se o problema pela falta de água era o fato de o usuário não ter caixa d'água em casa, Arce respondeu: "Exatamente. [O problema] é a falta de água adequada. Muitas vezes tem caixa, mas não adequada".

Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, durante depoimento na CPI da Sabesp
O secretário de Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, durante depoimento na CPI da Sabesp

2ª COTA DO VOLUME MORTO

A Sabesp vai começar a usar a segunda cota do volume morto provavelmente na próxima semana. A informação foi passada nesta quarta-feira (12) pelo secretário estadual de Recursos Hídricos, Mauro Arce.

O volume morto é a porção de água que fica abaixo da tubulação de captação e que precisa ser bombeado.

Nesta quarta o sistema Cantareira opera com 11% de sua capacidade já incluindo a segunda cota do volume morto, que ainda não é utilizada. Na terça-feira (11), o índice era de 11,1%. No ano passado, o Cantareira operava com 34,4% de sua capacidade.

Sem ela, o nível estaria em 0,3%, que é o que resta da primeira parte dessa reserva. A primeira cota do volume morto começou a ser captada em maio deste ano, quando o Cantareira estava em 8,2%. Com a reserva, o nível de água disponível aumentou para 26,7%.

Arce presta depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Sabesp que acontece na Câmara de São Paulo. Segundo ele, o governo trabalha com a hipótese de que as chuvas ficarão dentro da média até abril de 2015 o que vai melhorar a situação dos reservatórios em relação a este ano.

O vereador Nabil Bonduki (PT) rebateu a informação do secretário. Segundo o petista, baseado em estudos feitos por professores da USP, chuvas dentro da média não vão recompor as represas do Cantareira. E, neste caso, a situação do abastecimento de água para 2015 continuaria bastante crítica.

NÍVEL VOLTA A CAIR

Além do Cantareira, que fornece água para 6,5 milhões de pessoas, os outros reservatórios também apresentaram queda nesta quarta-feira.

O índice do Alto Tietê, que abastece 4,5 milhões de pessoas, caiu 0,2 ponto percentual, chegando a 7,8%.

De acordo com a Sabesp, o nível do Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de 4,9 milhões, teve queda de 0,3 ponto percentual, caindo para 35,7%.


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