Folha de S. Paulo


Zilda Ulbrich (1927-2014) - Coca ganhou títulos no vôlei e no basquete

"Se pudesse, jogaria pelas duas." Essa resposta, dada em entrevista à Folha em janeiro de 2004, resume como por muitos anos foi difícil para Zilda Ulbrich escolher entre ser a levantadora da seleção brasileira de vôlei ou a capitã da equipe de basquete.

Atleta desde o começo da década de 1940, a paulistana enfrentava esse dilema a cada Pan-Americano. Em 1955 e 1959, optou pela bola laranja; em 1963, defendeu o time de seis jogadoras.

Considerava a conquista do ouro no Campeonato Sul-Americano de Basquete de 1954, disputado no Brasil, um dos momentos mais marcantes da carreira. "Era a primeira vez que uma partida de basquete feminino era transmitida pela televisão. Foi muito emocionante."

Coca, como era conhecida desde a infância, deixou o basquete no fim dos anos 1950 e o vôlei em 1963. "Eu jogava, treinava e ainda tinha de trabalhar e estudar", contou à Folha. Zilda aposentou-se como servidora pública.

Nunca, porém, abandonou o esporte. Ocupou a direção de vôlei do clube Pinheiros, onde começou a carreira como atleta, e ainda praticava tênis e atletismo.

Suas mãos, que deram tantos pontos ao Brasil, estão gravadas em uma placa de cimento no estádio do Pacaembu.

A alegre Coca, que estava com leucemia, morreu na sexta (24), aos 87. Deixa os irmãos, Hugo, Bertha e Ilda, sua gêmea, e os sobrinhos, que tanto mimava —era a tia que os deixava comer "porcarias", como batatas fritas.

A partir das 10h de amanhã (31/10) será realizada a missa do sétimo dia, na igreja São José, no Jardim Europa.

coluna.obituario@uol.com.br


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