Folha de S. Paulo


Moradores de Itu protestam novamente por falta de água

Moradores de Itu voltaram a fazer protestos contra a falta de água na cidade de Itu (a 101 km de São Paulo), na noite de segunda-feira (27). Desta vez, os manifestantes queimaram madeiras e pneus em uma das pistas da rodovia Marechal Rondon (SP-300), no km 109.

A pista ficou interditada no km 109 por aproximadamente duas horas. Os cerca de 50 manifestante só liberaram o trecho após a chegada da Polícia Militar, por volta das 22h. Não houve confrontos.

Na semana passada, moradores bloquearam vias com pneus pedaços de madeira queimados e até um sofá. Segundo os bombeiros, ao menos cinco pontos de incêndio foram controlados.

As interdições ocorreram nas avenidas Nove de Julho e Galileu Bicudo, na rodovia Dom Gabriel e em as proximidades de uma bica no bairro Santa Terezinha.

Os bombeiros também controlaram o fogo em um bloqueio montado na avenida Sete Quedas. Segundo os bombeiros, a Polícia Militar teve que usar bombas de efeito moral para dispersar os manifestantes.

No dia 13, um grupo de pessoas bloqueou a rodovia Waldomiro Correia de Camargo (SP-079), que liga o município a Sorocaba, na altura do km 79, também por conta da falta de água.

Em setembro, aconteceu o maior protesto desde que começou o período de seca na cidade. Na ocasião, cerca de 2.000 pessoas foram para a frente da Câmara Municipal e arremessaram ovos, tomates e pedras arremessados contra o prédio. Um grupo também fez um ato em frente ao comitê de campanha do ex-prefeito de Itu Herculano Passos (PSD), eleito deputado federal.

A cidade de Itu é a que sofre há mais tempo com a falta de água -desde setembro de 2013. Os reservatórios e represas que abastecem a cidade estão há meses em estado crítico devido à falta de chuvas.

Com um racionamento que se arrasta desde fevereiro, a situação dos moradores de Itu, que tem 165 mil habitantes, se agravou nos últimos meses.

Para não faltar água em casa, os moradores recorrem a uma bica localizada no bairro Santa Terezinha. A água vem de um poço artesiano construído há cerca de 20 anos.

Muitos moradores buscam água no local durante a madrugada para driblar as imensas filas que se formam no resto do dia.


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