Folha de S. Paulo


Governo de SP tenta garantir maioria no conselho da Sabesp em meio à crise

Em meio à mais grave crise de abastecimento de água em São Paulo, o governo Geraldo Alckmin (PSDB) fez uma manobra para garantir maioria no conselho de administração da Sabesp, empresa da administração indireta responsável pela água no Estado.

Para isso, foi criada mais uma cadeira no conselho de administração da Sabesp, formando a composição de cinco conselheiros 'aliados' e quatro conselheiros independentes, além do presidente, que também vota. Antes, a composição era de quatro para quatro, com um nono membro que era o presidente do conselho e na prática é ligado ao governo.

A mudança foi proposta por uma das acionistas da Sabesp, a Secretaria de Fazenda do governo paulista, e aprovada em assembleia geral extraordinária do último dia 13 deste mês.

Em nota, a Sabesp afirmou que não houve aumento de cargos, uma vez que o estatuto da empresa prevê até 15 conselheiros. "No momento há 10 indicados pela assembleia geral de acionistas, órgão responsável pela nomeação dos conselheiros."

Para a nova cadeira, foi indicado o ex-prefeito de Franca (SP) Sidnei Franco da Rocha (PSDB). Em seu currículo divulgado pela Sabesp na indicação, não consta nenhuma atuação profissional ou política relacionada ao tema água.

Rocha é advogado, já atuou como jornalista e foi prefeito e vereador. Também foi presidente da VASP (Viação Aérea de São Paulo) e atualmente é diretor presidente da Rádio Hertz.

"Um prefeito atua em todas as áreas, você aprende a administrar tudo", disse Rocha. Ele afirmou que ajudará a Sabesp com sua experiência em administração de empresas e conta que foi convidado diretamente pelo governador Alckmin. "Eu disse a ele que não estou atrás de emprego, mas que se precisam de mim posso contribuir".

De acordo com o estatuto social da Sabesp, cabe ao conselho de administração aprovar as diretrizes de ação da empresa, aprovar o orçamento de investimentos, acompanhar a execução dos planos e programas, definir prioridades de políticas públicas, deliberar sobre preços de tarifas, dentre outras atribuições. A opinião do conselho, portanto, tem relação com a atuação para combater a crise hídrica.

Segundo a Sabesp, a remuneração dos membros do conselho é de 30% do salário do diretor, o que equivale a cerca de R$ 6.000 mensais.


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