Folha de S. Paulo


Presidente da ANA quer 'disseminar pânico', critica secretário de Alckmin

O secretário da Casa Civil de São Paulo, Saulo de Castro, rebateu nesta terça-feira (21) declaração do presidente da ANA (Agência Nacional de Águas), Vicente Andreu, de que se não chover nos próximos meses será necessário retirar água do "lodo" para abastecer a capital paulista.

Em nota, ele considerou "lamentável" que o dirigente do órgão federal tente "disseminar pânico em São Paulo". O secretário estadual também criticou o fato de Andreu ter participado de evento realizado pelo PT durante a campanha eleitoral.

"É lamentável que o presidente de um órgão federal, financiado com o dinheiro do contribuinte, venha disseminar pânico em São Paulo. E pior: em horário de trabalho, participando de um evento patrocinado por um partido em plena campanha eleitoral", disse.

Segundo ele, o presidente da ANA tenta tirar "proveito político" da atua lcrise hídrica. "Em vez de solidarizar-se com o esforço do povo de São Paulo, o dirigente da agência tenta tirar proveito político de uma crise que se enfrenta com critérios técnicos e a união de todos", disse.

Em audiência promovida nesta terça-feira (21), na Assembleia Legislativa de São Paulo, Andreu afirmou que o uso da segunda cota do volume morto seria uma "pré-tragédia".

"Eles querem tirar o segundo volume morto, ou seja a pré-tragédia. Eu costumo dizer assim: É como se cidadão fosse para o cheque especial e não avisasse a família que está com problema. Sem alternativa, ele quebra o cofrinho da filha, mas mantém a mesma condição financeira", afirmou.

De acordo com o presidente da ANA, houve uma "quebra de confiança" entre a agência e o governo do Estado. Andreu disse que as alternativas apresentadas desde o começo da crise hídrica, em meados de fevereiro, não foram ouvidas e que nenhuma decisão em conjunto foi tomada após junho

"O que nós temos é uma quebra de confiança porque o secretário do Estado [Mauro Arce] assume um compromisso, faz um acordo, você espera o tempo passar e no momento de cumprir aquela obrigação ele diz que o acordo não foi assumido. Não tem sentido negociar com alguém que não cumpre seus compromissos, o que é o caso do secretário Mauro Arce", disse


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