Folha de S. Paulo


Maioria dos paulistanos diz que vai começar a estocar água, diz Datafolha

A maioria dos paulistanos pretende estocar água e acha que o governo poderia ter evitado a crise hídrica, revela pesquisa Datafolha realizada na última sexta-feira (17).

Diante do cenário pouco favorável –o índice do Cantareira neste domingo (19) era de 3,6% de sua capacidade– 66% da população vai começar a guardar água com medo do desabastecimento. Esse índice de "precavidos" era de 34% na pesquisa anterior, entre 12 e 13 de agosto.

Três em cada quatro entrevistados pelo Datafolha afirmam que o governo do Estado poderia ter evitado a crise. O percentual cresce entre os com ensino superior (85%) e mais jovens (81%).

Para 23% dos paulistanos, não havia como evitar o desabastecimento de água por eles acreditarem que o problema é causado pela falta de chuvas na região.

O percentual de pessoas com essa opinião é maior entre os mais velhos (38%) e os com menos estudo (35%).

Editoria de Arte/Folhapress

ATUAÇÃO DE ALCKMIN

Comparando com a pesquisa feita em agosto, antes do primeiro turno das eleições, o percentual dos que consideram ruim ou péssima a atuação do governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB) na crise hídrica aumentou de 38% para 43%. As parcelas da população mais críticas são as pessoas com idade entre 25 e 34 anos (54% desaprovam) e com mais anos de estudo (50%).

Os que classificam a atuação dele como ótima ou boa caíram de 21% para 19%.

Para 66%, o governo estadual tem muita responsabilidade pela crise. O percentual chega a 79% entre as pessoas com ensino superior. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) também é muito responsável pela falta de água na opinião de 60%.

A população culpa também esferas que não são diretamente ligadas à distribuição de água na cidade, como a União e o município. Para 53% a prefeitura e a União têm muita responsabilidade.

Os entrevistados consideram que a própria população (59%) e as grandes empresas (52%) também são muito responsáveis pelo problema vivido no Estado.

Editoria de Arte/Folhapress

POPULARIDADE

A falta de água não afetou a popularidade de Alckmin. Se a eleição fosse hoje, ele teria 50% dos votos válidos na cidade. No 1º turno eleitoral, o governador obteve 52% dos votos válidos na cidade (o índice foi 57% no Estado).

Entre os que declaram que votaram nele, 85% dizem que votariam de novo. Os demais candidatos têm perda equivalente de votos.

A preferência pelo governador é menor entre os que ficaram sem água por mais de 10 dias nos últimos 30 dias –nessa parcela da população paulistana, ele teria 43% dos votos válidos. Entre os que não foram atingidos esse índice chega a 57%.


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