O ex-vereador da cidade de Campos, no Norte Fluminense, e irmão do ex-candidato ao governo do Rio pelo PR, Anthony Garotinho, Nelson Nahim (PSD) foi preso nesta tarde de sexta (17) por policiais da delegacia local. Ele foi um dos seis denunciados pelo Ministério Público estadual por pedofilia.
As prisões foram decretadas pelo juiz Leonardo Cajueiro, da cidade de São João da Barra. A detenção é preventiva por 30 dias, podendo ser prorrogada por mais 30 dias. O processo foi enviado para São João da Barra porque 17 juízes de Campos alegaram ser impedidos de julgar o caso.
Nahim não resistiu à prisão, mas disse aos policiais ser inocente. A Folha procurou e não encontrou os advogados do ex-vereador. Os policiais da delegacia de Campos apenas informaram que o advogado de Nahim já tenta obter na Justiça a liberdade de seu cliente.
Nelson Nahim e Anthony Garotinho são adversários políticos há cerca de quatro anos. Este ano, Nahim chegou a fazer campanha para o candidato do PMDB ao governo do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão. Ele tentou, mas não conseguiu se eleger deputado federal.
Seis promotores do MP denunciaram 20 pessoas pelo caso que ficou conhecido como "Meninas de Guarus". O fato aconteceu em 2009 quando policiais civis descobriram um ponto de exploração sexual, na localidade de Guarus, em Campos. Na ocasião, o proprietário da casa foi preso em flagrante.
No local, cinco mulheres que se prostituíram foram libertadas, entre elas, duas menores de idade com 16 e 17 anos. Havia a suspeita de que outras menores realizavam programas no local. Duas menores morreram na casa.
As investigações da polícia e de promotores do Gaeco (Grupo de Apoio Especial e Combate ao Crime Organizado) mostram que os programas contavam com a participação de empresários, políticos e pessoas influentes de Campos.
A demora na solução do caso levou à abertura de uma CPI na Câmara dos Deputados, em Brasília. No ano passado, houve duas audiências na Câmara Municipal de Campos, presididas pelo deputado estadual Marcelo Freixo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.
Após o encontro, Freixo foi ao procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira e pediu que o caso fosse apurado.
Nahim e os outros cinco presos serão encaminhados à Cadeia Pública de Campos.