Folha de S. Paulo


Chance de refém em Brasília estar com explosivo preso ao corpo é grande, diz polícia

O diretor de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal, Paulo Henrique Almeida, afirmou no início da tarde desta segunda-feira (29) que são altas as chances de um refém estar com explosivo preso ao corpo, num hotel na região central de Brasília.

"98% [de certeza] de ser explosivo", disse Almeida. A Polícia suspeita que o explosivo seja dinamite. "Se for [material explosivo], tem uma grande capacidade de destruição. Faria um grande dano no andar e nos andares subsequentes", disse. Antes desta informação, o perímetro de isolamento do hotel foi aumentado pela polícia. O homem faz ameaça constantes de acionar os explosivos.

A vítima, que é um funcionário do hotel, foi algemada e vestida com um colete contendo supostos explosivos. Bombeiros, esquadrão anti-bombas do Bope (Batalhão de Operações Especiais) e a Divisão de Operações Especiais da Polícia Civil estão no local. A Polícia Federal também auxilia no ação.

O sequestrador é Jac Souza dos Santos e não tem uma reivindicação clara. Entre os pedidos estão a aplicação da lei Ficha Limpa (que impede a candidatura de políticos condenados em tribunais colegiados da Justiça), o fim da reeleição no Brasil e a extradição de Cesare Batisti (italiano acusado de assassinato na Itália que conseguiu autorização para permanecer no Brasil).

A Folha apurou que o sequestrador é filiado ao PP (Partido Progressista) do município de Combinado (TO), desde 2007. No município, ele chegou a ocupar o cargo de secretário municipal de agricultura e agropecuária. Em 2008, candidatou-se ao cargo de vereador. Ele não tem antecedentes criminais e estaria atualmente trabalhando em uma campanha eleitoral

Reprodução
Jac Souza dos Santos é filiado ao PP de Combinado (TO) e, em 2008, ele disputou as eleições para vereador no município
Jac Souza dos Santos é filiado ao PP de Combinado (TO) e, em 2008, ele disputou as eleições para vereador no município

O sequestrador apareceu diversas vezes com a vítima na sacada de um apartamento no 13º andar do hotel. Segundo relato inicial de funcionários, o sequestrador se hospedou na manhã de hoje e reservou dois quartos do hotel, um de frente para o outro.

Hóspedes e funcionários foram orientados a deixar o local, por volta de 9h. "Um bombeiro bateu na porta, falando pra todo mundo descer, porque tinha uma ameaça de bomba no prédio", contou o advogado Marson Nascimento, 40. Por volta do meio-dia, três negociadores conversam com o sequestrador.

Segundo a Polícia Civil, o sequestrador não tem uma reivindicação clara e faz referências a questões políticas do Brasil como a aplicação da lei Ficha Limpa (que impede a candidatura de políticos condenados em tribunais colegiados da Justiça) e o caso Cesare Batisti (italiano acusado de assassinato na Itália que conseguiu autorização para permanecer no Brasil).

O hotel Saint Peter fica na região central de Brasília, próximo à Esplanada dos Ministérios. O prédio tem 482 apartamentos, 15 andares e uma cobertura para eventos.

No final de 2013, José Dirceu pediu autorização para sair da prisão e trabalhar como gerente do hotel. Ele receberia R$ 20 mil para trabalhar como gerente. Dirceu acabou desistindo do emprego após a repercussão na imprensa.

Editoria de arte/Folhapress

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