Folha de S. Paulo


Ex-secretário da Segurança Pública chama sucessor de 'lixo'

O ex-secretário estadual da Segurança Pública de São Paulo e candidato a deputado federal pelo PMDB Antonio Ferreira Pinto ofendeu o atual ocupante do cargo, Fernando Grella Vieira, ao chamá-lo de "lixo" e deixar de cumprimentá-lo em cerimônia da Polícia Militar na quinta-feira (25).

O episódio, registrado em vídeo obtido pela Folha e também divulgado pela TV Bandeirantes, ocorreu em um evento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), um dos batalhões da Tropa de Choque da Polícia Militar paulista.

Em um dos momentos da cerimônia, Grella estava parado recebendo cumprimentos de pessoas organizadas em uma fila.

Quando Ferreira Pinto se aproximou, deixou de apertar a mão do atual secretário e disse: "Lixo". Grella apenas olhou para Ferreira Pinto e não reagiu à ofensa.

O secretário informou, por meio de sua assessoria, que não iria se manifestar.

À reportagem, Ferreira Pinto não fez comentários sobre o episódio.

Veja vídeo

TROCA RUIDOSA

A troca de Antonio Ferreira Pinto, no cargo havia três anos, por Fernando Grella Vieira na Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo em 2012 foi ruidosa.

Em meio a uma escalada da violência e criminalidade no Estado, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) procurava havia três meses um novo nome para a pasta.

A avaliação era que o discurso de combate à corrupção nas polícias Civil e Militar do então titular, ex-capitão da PM, havia reavivado o racha entre as corporações.

Alckmin temia melindrar a Polícia Civil. Escolheu Grella, ex-procurador-geral de Justiça de São Paulo.

Reprodução
Ferreira Pinto após chamar Grella de
Ferreira Pinto após chamar Grella de "lixo"

Desde o início deste ano, com a candidatura acertada, Ferreira Pinto vem fazendo críticas à política de segurança de Alckmin nas redes sociais. O PMDB, seu partido, tenta eleger Paulo Skaf ao cargo de governador.

Em carta ao "Painel do Leitor", publicada na Folha em junho, Ferreira Pinto chamou a gestão Alckmin de "frouxa".

"O governo não deixa a Polícia Militar trabalhar. Já deu provas de que discrimina a corporação e que a hostiliza com medidas odiosas, embora dela dependa para seu projeto eleitoral", afirmou.

Em julho, o governo trocou comandantes da PM na capital num período de recorde de roubos. "Os indicadores obrigam uma revisão das práticas de policiamento", disse Grella.


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