Ao aguardar um voo para ir de Belo Horizonte (MG) a Brasília, no último dia 13, o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Carlos Ayres Britto viu uma situação que classificou de "inusitada e perigosa". Sem a presença de funcionários do aeroporto de Confins, entrou, sozinho, num Boeing da Gol.
Para comprovar a falha de segurança -do aeroporto e da empresa-, o ex-ministro fez fotos na cabine dos pilotos e no interior do avião.
"Achei muito grave a situação. Da maneira que entrei, qualquer um poderia ter entrado e quem sabe poderia ter colocado um explosivo ali."
A história foi revelada pelo site "Jota.info" e noticiada ontem (25/9) no jornal "O Globo". Segundo Britto, ele estava na sala de embarque quando foi até a entrada número 7, que dá acesso à aeronave.
Lá, viu um militar, à paisana, que disse trabalhar na área de segurança contra terrorismo e que havia acabado de sair do avião que embarcaria para Brasília.
O ex-ministro contou que foi checar a situação. Britto disse que, após cruzar o portão e entrar na ponte que leva ao avião, passeou pela aeronave e voltou à sala de embarque, sem ser abordado.
Só depois, afirmou, foi avisado por um funcionário da Gol e outro do aeroporto de que não podia ter entrado.
"Se eu não podia entrar, como estava tudo aberto?", questionou o ex-ministro. Segundo ele, só então o acesso à aeronave foi fechado.
Uma das suspeitas é que a porta pela qual Ayres Britto deixou a sala de embarque e entrou no avião estava quebrada. Responsável pelo aeroporto de Confins, a concessionária BH Airport não respondeu sobre essa questão.
OUTRO LADO
A empresa e a Gol disseram que irão apurar o episódio e que mantêm alto nível de segurança nas operações.
A concessionária diz que todos os passageiros presentes na sala de embarque já haviam sido submetidos à inspeção obrigatória de segurança, inclusive de pertences de mão e de cartão de embarque. Disse ainda que cumpre norma da Anac sobre segurança.