Folha de S. Paulo


Bandidos colocam fogo em ônibus e paralisam transporte no Maranhão

Bandidos incendiaram neste sábado (20) quatro ônibus em São Luís (MA) e causaram a paralisação do transporte público na cidade.

De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano, homens atearam fogo a dois veículos nos bairros Alto do Pinho e Santa Bárbara. Os outros dois ônibus queimados estavam parados na garagem da empresa Viação Abreu, em Jardim São Cristóvão. Ainda não há informação oficial sobre feridos.

O governo do Maranhão confirmou os atos de vandalismo e disse que a polícia já prendeu suspeitos de envolvimento nos casos. A Secretaria de Segurança Pública disse que as Polícias Civil e Militar identificaram e prenderam, em flagrante, 16 acusados de envolvimento nos ataques.

Os atos de vandalismo podem ter relação com a crise do sistema carcerário de Pedrinhas, onde já morreram 17 presos neste ano. Por isso, houve um reforço no policiamento do local neste sábado, com a presença da tropa de Choque, da Força Nacional e do Geop (Grupo Especial de Operações Penitenciárias).

Segundo o diretor do sindicato das empresas Benedito Mamede, a tendência é que a circulação de ônibus volte ao normal neste domingo (21) de manhã. "Houve uma conversa com a polícia, que prometeu reforçar o patrulhamento", disse Mamede.

CRISE EM PEDRINHAS

Em janeiro, no auge dos conflitos, bandidos também incendiaram ônibus de São Luís. Na época, a menina Ana Clara Santos Sousa, de seis anos, teve 95% do corpo queimado e morreu.

Na ocasião, a ordem de atacar coletivos e delegacias da cidade tinha partido de dentro do Complexo de Pedrinhas, como uma reação à intensificação da segurança no local, de acordo com o governo maranhense.

No ano passado, foram 60 detentos do complexo de Pedrinhas mortos, alguns decapitados e esquartejados.

Neste mês, novos conflitos têm sido registrados no complexo. No último dia 10, 36 detentos conseguiram escapar do local, depois que bandidos obrigaram um motorista de caminhão a lançar o veículo contra o muro do complexo.

Na última quarta-feira (17), 13 presos também conseguiram fugir. Apenas três foram recapturados até agora e 46 ainda estão foragidos. Pedrinhas tem capacidade para 402 detentos, mas abriga hoje 500.


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