Folha de S. Paulo


Interior de SP pede mais água do Cantareira para evitar racionamento

Cidades e indústrias do interior de São Paulo querem usar mais água do sistema Cantareira devido à baixa vazão dos rios da região do PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), causada pela escassez de chuva.

Eles pedem ao menos 5 m³/s de água do Cantareira para a região. Atualmente, o sistema envia 4 m3/s para a região de Campinas, e cerca de 19 m3/s para a Grande São Paulo.

O Consórcio PCJ, associação que reúne prefeituras, empresas e entidades de 43 cidades do interior, diz, em nota divulgada nesta quinta-feira (18), que várias cidades estão enfrentando "severas dificuldades" para captar água.

"Campinas, por exemplo, só o está fazendo porque o município de Jundiaí está deixando de captar água no rio Atibaia durante quatro horas no dia para não prejudicar a captação da Sanasa [empresa mista de água e esgoto de Campinas]."

Nesta semana, Santo Antônio de Posse, cidade de 22 mil na região metropolitana de Campinas que está sob racionamento, decretou emergência. Valinhos, cidade de 118 mil habitantes que capta água no rio Atibaia antes de Campinas, raciona água desde o início do ano.

"O Consórcio PCJ se junta aos municípios da região para pedir por mais água do Cantareira para a bacia do rio Atibaia", afirma o consórcio, "[rio] responsável pelo abastecimento direto de duas regiões extremamente importantes economicamente no Estado de São Paulo: a região metropolitana de Campinas e o município de Jundiaí."

Terceira maior cidade do Estado, Campinas capta, em média, 3,4 m³/s no Atibaia –que abastece cerca de 95% da cidade. Às 16h desta quinta, a vazão do rio a cerca de 1 km do ponto de captação da Sanasa era de 3,5 m³/s.

Com capacidade de reservar água por apenas seis horas, Campinas terá de entrar em racionamento caso o nível de água do Atibaia fique abaixo do necessário para abastecer a população.

"De forma generalizada, todos os rios da região estão com vazões críticas, o que pode comprometer o abastecimento de diversos municípios e empresas", afirmou o consórcio, em nota. "A vazão do rio Piracicaba também está extremamente baixa, em torno de 10 m³/s."

Procurada, a ANA (Agência Nacional de Águas), entidade federal, não se manifestou sobre a reivindicação até o fim desta tarde.

Já o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), estadual, informou que ainda não recebeu nenhuma solicitação de aumento de vazão. O Consórcio PCJ disse que encaminhou na quarta (17) o pedido aos Comitês PCJ, responsáveis pela bacia da região, que dariam continuidade ao processo.


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