Folha de S. Paulo


Viaduto que desabou em Belo Horizonte é implodido

A alça norte do viaduto Batalha dos Guararapes, em Belo Horizonte, foi implodida na manhã deste domingo (14).

O viaduto desabou sob a avenida Dom Pedro 1º no dia 3 de julho, quando ainda estava em obras, deixando dois mortos e 23 feridos.

A implosão ocorreu com sucesso às 9h, levando abaixo toda a estrutura da obra, comprometida por causa de falhas estruturais.

Foram utilizados 125 quilos de explosivos para o procedimento.

OBRA

A obra do viaduto Guararapes, de responsabilidade da Prefeitura de BH, faz parte do pacote das obras de mobilidade da Copa do Mundo e não tinha ficado pronta a tempo para o Mundial.

Ela integra uma das linhas do BRT (via rápida de ônibus) criadas para a Copa, e foi financiada pelo governo federal, por meio do PAC da Copa.

O viaduto foi planejado para ordenar o trânsito na região, uma vez que o corredor do BRT construído ao longo da avenida Pedro 1º interrompeu diversos cruzamentos e acessos.

O projeto previa que ônibus também circulassem sobre o viaduto, que dará acesso ao extremo norte de BH (Venda Nova) e a cidades da região metropolitana, como Ribeirão das Neves.

O valor original de toda a obra de duplicação do viaduto é de R$ 170,999 milhões, sendo R$ 154.499.924 do lote 1 e R$ 15.499.752 do lote 2, que inclui a parte do viaduto que desabou.

A Cowan, construtora do viaduto, responsabilizou a prefeitura pelo erro estrutural que levou à queda.

Peritos da empreiteira disseram que as falhas estavam no projeto, elaborado pela empresa Consol e liberado e supervisionado pela Prefeitura de Belo Horizonte.

A Prefeitura de BH, por sua vez, informou que contratou pareceres para checar as causas do acidente e que "agirá com firmeza" no caso, cobrando punição e ressarcimento por falhas.

A Consol, responsável pelo projeto do viaduto Batalha dos Guararapes, refutou as afirmações dos peritos contratados pela Cowan.

"Através de informações preliminares é possível observar divergências entre o projeto e a construção da obra, portanto, [a Consol] aguarda o início da perícia oficial para identificação dos reais fatores que contribuíram para o acidente", disse, em nota, o engenheiro Maurício de Lana, diretor presidente da Consol.

A empresa afirmou ainda que irá detalhar as divergências técnicas verificadas quando for convocada.


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