Folha de S. Paulo


Filho de secretário-geral do PP volta à prefeitura após 'cabular' trabalho

A Prefeitura de São Paulo reintegrou ao trabalho quatro funcionários investigados por utilizar o horário de serviço para fazer campanha política para o Partido Progressista, de Paulo Maluf.

Entre eles, está Carlos Eduardo Ribeiro, filho de Jesse Ribeiro, secretário-geral do partido, flagrado usando carro oficial na sede do PP.

O afastamento deles aconteceu há cerca de um mês, após reportagem da Folha flagrar funcionários da Cohab (órgão da prefeitura responsável por construir casas populares) na sede do PP e no comitê eleitoral do candidato a deputado estadual Guilherme Ribeiro. Na ocasião, três funcionários acabaram demitidos da companhia.

De acordo com a Cohab, dois dos que foram reintegrados, Marco Polo Calandriello e Igor Willenshofer, foram advertidos por escrito devido a "ausência injustificada do trabalho".

A reportagem flagrou os dois diversas vezes na sede do partido.
Carlos Eduardo Ribeiro -irmão de Guilherme Ribeiro e filho do secretário-geral do PP- não recebeu nenhuma punição.

A reportagem flagrou o funcionário utilizando carro oficial para ir à sede do partido. No entanto, a companhia municipal afirmou que "não foi configurado desvio de conduta ou improbidade averiguada pela comissão, inclusive o uso do veiculo oficial".

A administração municipal diz também não ter encontrado indícios contra Cláudio Freitas, visto pela reportagem na sede do partido.

O órgão afirmou ter demitido o tesoureiro do PP, Fernando Martins Pizo, porque ele se ausentou do trabalho "por longo período e sem justificativa".

Luiz Carlos Emídio e Marcus de Oliveira Martins, parentes de Carlos Eduardo Ribeiro, foram demitidos por se enquadrarem na lei de nepotismo. Ribeiro, porém, não foi enquadrado na mesma lei.

A companhia afirma que enviou cópias integrais da apuração à CGM (Controladoria Geral do Município) ao Ministério Público Federal e ao Ministério Público Estadual.

A reportagem não localizou os funcionários. O PP também não se manifestou.

Na ocasião da publicação da reportagem, Calandriello e Willenshofer negaram ter se ausentado do trabalho durante o horário do expediente. Os outros não retornaram às ligações da reportagem ou não foram localizados.

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