Folha de S. Paulo


Giovane Rosendo (1948-2014) - Uma vida dedicada ao rádio

Em Caruaru (PE), o cantor Roberto Carlos sempre foi muito bem recebido. Fã do "rei", o radialista Giovane Rosendo era o escolhido para receber o ídolo nos palcos da cidade em todas as ocasiões.

Famoso pelo bom humor, Giovane gostava de copiar o cantor nas horas vagas. "Ele se vestia de branco e imitava os gestos do Roberto Carlos. Não cantando, claro, porque ele não sabia cantar", lembra Ivan Bulhões, amigo do locutor havia quatro décadas.

Giovane Rosendo era um cigano do rádio. Com 44 anos de carreira, já havia trabalhado em Santa Cruz do Capibaribe, Belo Jardim, Gravatá e Palmeira dos Índios (AL). Em sua cidade natal, passou pelas rádios Liberdade, Difusora e Cultura.

De acordo com a irmã Giovanete Rosendo, ele já tinha o dom desde criança. Gostava de "brincar de rádio", imitando locutores com espanador, vassoura ou qualquer outro objeto que pudesse simular o microfone.

Quando não estava no estúdio, estava em casa ao lado do aparelho. "Qualquer música que estivesse sintonizada, ele ouvia", conta Ivan.

A morte do locutor mobilizou os moradores da cidade e repercutiu em homenagens nas emissoras do interior de Pernambuco. A irmã diz que o enterro estava "muito cheio". "Caruaru tem seus ídolos e Giovane era um deles", explica o amigo.

Aos 66 anos, o radialista morreu de câncer hepático na manhã de quinta-feira (28), após oito dias internado. Ele passava por tratamento havia cerca de dois anos.

Deixa três filhos, quatro netos e um bisneto. A data e o local da missa do sétimo dia ainda não foram divulgados.

coluna.obituario@uol.com.br


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