Depois de apagar, por engano, um mural do grafiteiro Nunca na av. 23 de Maio, uma empresa que presta serviço de limpeza de muros para a prefeitura teve que bancar um novo painel do artista no lugar.
Segundo Francisco Rodrigues, 31, o Nunca, a decisão foi tomada em reunião com o secretário de Subprefeituras, Ricardo Teixeira. O painel apagado havia sido feito a convite do Sesc em 2005 e tinha autorização municipal.
O novo painel está quase pronto e consumiu cerca de 600 latinhas de tinta em 10 metros de altura e 30 de largura. Considerando um custo médio de R$ 20 por latinha, são R$ 12 mil, fora o aluguel do andaime motorizado necessário para o trabalho.
Nem a prefeitura nem o grafiteiro forneceram o valor total gasto no novo trabalho.
A obra apagada havia sido publicada em 2008 no livro "Street Art, The Graffiti Revolution", lançado na época de uma exposição sobre o tema na Tate Modern, em Londres.
Em junho, quando o grafite foi coberto com tinta cinza, a prefeitura afirmou que as empresas terceirizadas responsáveis pelo serviço não conseguem diferenciar "manifestação artística de dano ao patrimônio".
A prefeitura trabalha para criar um manual que oriente os funcionários sobre o que deve ou não ser apagado.
No ano passado, uma obra de Os Gêmeos, com referência aos protestos de junho, foi apagada no centro. Os grafiteiros acusaram a gestão de Fernando Haddad (PT) de censura.