Folha de S. Paulo


Polícia Federal caçou ex-médico foragido em Mônaco, França e Suíça

Antes de prender Roger Abdelmassih no Paraguai na terça (19), a Polícia Federal já havia seguido pistas, sem sucesso, em outros três países.

Em março de 2012, a PF recebeu denúncia e foto de um homem com características físicas similares às do ex-médico no cabaret Lido, em Paris (França). A lista de clientes do local foi checada pela polícia, que não conseguiu confirmar a informação.

Em agosto do mesmo ano, uma brasileira afirmou ter visto o ex-médico em um cassino em Mônaco. Descobriu-se que era um libanês residente no país europeu.

Durante dois anos, 2012 e 2013, a polícia também buscou-o em Genebra (Suíça), pois uma de suas filhas, mulher de um empresário do ramo alimentício, mora lá.

O ex-médico deixou a capital paulista em 2011. Passou por Presidente Prudente (SP) e Foz do Iguaçu (PR), onde atravessou a fronteira e foi para Assunção.

Foi só em agosto deste ano que o delegado da PF Marcos Paulo Pimentel chegou ao Paraguai. Ele tinha itens soltos de um quebra-cabeça, composto por "peças" coletadas com informantes, Ministério Público de SP e também fruto de levantamento próprio.

Editoria de Arte/Folhapress

GÊMEOS

Além do relato de que o médico estaria na capital paraguaia com a família, ele tinha registros de entrada e saída daquele país de pessoas próximas a Abdelmassih.

Sabia ainda que o casal de gêmeos do médico faria aniversário no dia 12 deste mês, estudava numa escola bilíngue e teria sido registrado somente com o nome da mãe no Paraguai.

A PF, com ajuda de agentes da Secretaria Antidrogas do Paraguai, conseguiu ver o ex-médico recebendo uma visita na porta de casa. Era o dia do aniversário das crianças e estaria havendo uma festa.

Enquanto viveu no país vizinho, Abdelmassih procurou parceiros para "fazer dinheiro" e manter um bom padrão de vida, conforme relatou após ser preso.

Abdelmassih firmou parceria com um paraguaio para comprar e vender aviões. A dupla teria adquirido uma aeronave, mas demorou quase um ano para vendê-la.

O negócio não rendeu o esperado. Mais recentemente o médico procurava parceiros para comercializar máquinas. A PF não sabe que tipo de equipamento ele negociaria.

EVASÃO DE DIVISAS

A polícia consolida dados coletados na semana em que monitorou o ex-médico no Paraguai. Não está descartada a possibilidade de abrir investigação para apurar se ele, a mulher ou pessoas próximas cometeram crime de evasão de divisas, remetendo ilegalmente dinheiro para o exterior.

A PF descobriu que o casal recebeu visita de parentes quando ficou fora do país. Há registro também de que uma pessoa próxima ao médico foi ao Paraguai com frequência, sempre passando pelo Uruguai. Os policiais mantêm sob sigilo o nome da pessoa.


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