Folha de S. Paulo


UFMG expulsa estudante de direito por trote considerado racista

O Conselho Universitário da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) expulsou um estudante de direito por ter praticado trote a calouros considerado abusivo no início do ano letivo de 2013.

Outros três alunos foram suspensos por um semestre pelo mesmo motivo.

Os alunos apareciam em fotos em um trote considerado racistas. "A fotografia nos chocou a todos [na reitoria da UFMG], principalmente pelo conteúdo racista do trote", afirmou na época à Folha a então vice-reitora Rocksane Norton.

Reprodução/Facebook
Trote com conteúdo preconceituoso, realizado na última sexta-feira (15) na UFMG, gera polemica na internet
Fotos com conteúdo racista motivaram a expulsão de um aluno de direito da UFMG

De acordo com nota divulgada nesta terça-feira (12) pela UFMG, as imagens "são repulsivas e remontam a situações simbólicas de discriminação histórica, além de atentar contra as conquistas da liberdade, igualdade e diversidade garantidas juridicamente, o que não pode ser olvidado, especialmente em uma faculdade de direito".

Ainda segundo a nota, o reitor Jaime Ramírez considerou adequada a punição imposta aos estudantes. "A Universidade tem uma responsabilidade perante a sociedade e a comunidade, e atos como esses não podem ser tolerados", disse.

O CASO

Logo após o trote de início do ano letivo de 2013, duas fotos foram parar nas redes sociais, gerando a discussão. Uma delas mostra estudante segurando uma corrente, pela qual está presa uma moça com o corpo pintado de preto. Em cartaz preso ao pescoço dela se lê: "Caloura Chica da Silva".

Chica da Silva foi escrava no período do ciclo do ouro, em Diamantina (MG). Era mulher do contratador português João Fernandes.

A outra fotografia mostra rapaz amarrado com fitas em pilastra, com o rosto pintado e bigode ao estilo do ditador nazista Adolf Hitler. Com ele, três estudantes com braços estendidos fazem a saudação nazista.


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