Folha de S. Paulo


Parentes de vítimas de GO saem sem resposta de reunião com governador

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), candidato à reeleição, convidou familiares das 15 mulheres assassinadas por motociclistas em Goiânia desde o início do ano para uma reunião na tarde desta terça-feira (12) no Palácio das Esmeraldas, sede do governo.

No encontro, Perillo não forneceu detalhes sobre o rumo das investigações. Até agora, a polícia desconhece o autor dos crimes. Para a maioria dos familiares presentes, a falta de respostas sobre o criminoso gerou frustração.

Desde o início do ano, 15 jovens com idades entre 13 e 29 anos foram mortas em circunstâncias semelhantes: as vítimas foram baleadas por um homem de moto, que em geral fugiu sem levar nada.

"Esperava bem mais, achei político demais [o encontro]", disse o estudante de engenharia mecânica Marcelo Oliveira Felipe, 30, irmão de Wanessa Oliveira Felipe, 22, assassinada em abril.

Após falar com os pais e irmãos das vítimas, o governador deixou o grupo com delegados da Polícia Civil e saiu sem dar entrevistas.

Segundo os familiares, os delegados que participaram do encontro de quase três horas de duração reforçaram que as investigações prosseguem, mas não deram detalhes de nenhum caso.

Marcos Paulo Rodrigues Barbosa, 27, esperava obter informações sobre a morte da irmã Taynara Rodrigues da Cruz, de 13 anos, no dia 15 de junho. "Eu tinha uma expectativa [de ouvir]: 'Estamos próximos, estamos quase pegando em si [o autor]', mas eles informam que estão investigando, trabalhando. Nada de concreto", disse.

A mãe de Taynara, Dalvani Rodrigues Barbosa, 58, diz esperar mais é da "Justiça de Deus". "Como é que [a polícia] vai adivinhar quem é esse matador que matou minha filha?", questiona.

Após cerca de três horas, uma das familiares de Carla Barbosa Araújo, morta em maio, deixou o local e evitou as perguntas da imprensa. "Não quero conversar, não. Conversa não está resolvendo nada", afirmou aos jornalistas que aguardavam do lado de fora.

A maioria dos familiares preferiu não conversar com os repórteres.

Mesmo sem ter esclarecimentos sobre o assassino de sua neta Ana Lídia Gomes, 14, no último dia 2, Aloisio Fernandes Gomes, 70, sentiu conforto ao ouvir as explicações da polícia. "Eles estão nos passando tranquilidade, porque às vezes ouvimos informações inverídicas que circulam por aí, e isso tira nosso medo".


Endereço da página: