Folha de S. Paulo


Passarela de pedestres do aeroporto de Congonhas será substituída em SP

Chega ao fim a polêmica da passarela do aeroporto de Congonhas, projetada por Vilanova Artigas (1915-1985), um dos grandes mestres da arquitetura brasileira.

Depois de dez anos de discussões, promessas de recuperação e uma ação do Ministério Público de São Paulo, a deteriorada estrutura de metal não ganhará nem reforma nem adaptação, como projetos anteriores propunham.

Em vez disso, a prefeitura decidiu remover a atual travessia e construir outra passarela no lugar dela.

A obra já tem recurso alocado pela Secretaria de Planejamento, e uma licitação será aberta após o projeto ser aprovado pela comissão de acessibilidade.

Ernesto Rodrigues/Folhapress
Passarela de pedestres do aeroporto de Congonhas, que será substituída pela prefeitura
Passarela de pedestres do aeroporto de Congonhas, que será substituída pela prefeitura

Na passarela que existe hoje não há rampas, e o acesso tem que ser feito por escadas. A estabilidade de sua estrutura também foi questionada em abril do ano passado pelo engenheiro civil Vagner Landi, que analisou o local a pedido da Folha e recomendou sua interdição.

"Além da ferrugem que compromete a estrutura e as grades, surgiu um vão entre a passarela e o pilar em frente ao aeroporto. O peso está apoiado de um lado só", disse o engenheiro então.

Segundo ele, rajadas de vento e a trepidação dos carros que passam embaixo poderiam, no limite, levar a estrutura a desabar.

A passarela faz a ligação de pedestres do aeroporto ao bairro do Campo Belo, passando por cima da avenida Washington Luiz. É muito usada por comissários de bordo, funcionários do aeroporto e passageiros.

Em 2005, a gestão José Serra (PSDB) já havia anunciado a reforma e a adaptação da estrutura, com instalação de cobertura e elevadores.

A Infraero arcaria com 25% dos custos e a Apas (Associação dos Amigos da Passarela de Congonhas) se comprometia a bancar o restante.

A reforma não saiu do papel e, em 2010, o Ministério Público de São Paulo entrou com uma ação contra a obra, por entender que ela atendia a interesses privados de empresários de hotéis próximos.

O Conpresp, órgão do patrimônio histórico municipal, também já deu aval para a obra. Embora a passarela não seja tombada, ela está na área de influência do aeroporto, este sim protegido. Daí a necessidade de autorização.


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