Folha de S. Paulo


Adotar racionamento em SP seria 'irresponsável', diz Alckmin

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse neste sábado (2) que adotar o racionamento de água na Grande São Paulo seria uma atitude irresponsável neste momento.

"A população tem aderido, tem ajudado muito através do uso racional da água", disse o governador, após participar de evento com o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, na capital. "Seria uma atitude até irresponsável, neste momento, fazer um racionamento".

Segundo Alckmin, o racionamento poderia acarretar na perda de toda a economia de água que já foi obtida.

"Quando se fecha um sistema e depois o reabre, há uma grande mudança de pressão. Então, é uma decisão técnica", afirmou, referindo-se ao sistema Cantareira.

Alckmin ainda disse que 90% da população reduziu o consumo de água, e que o governo está preparado para chegar até o período de chuvas.

NA PRÁTICA

Reportagem publicada pela Folha nesta sexta mostrou que as medidas adotadas pela Sabesp para diminuir a distribuição de água aos consumidores, como diminuição de pressão e cortes localizados de fornecimento no período noturno, já equivalem, na prática, a um racionamento.

Nos últimos cinco meses, a queda na produção de água do sistema Cantareira foi semelhante a que seria obtida com um rodízio de 3 dias sem água para cada 1,5 com.

O governo comemora a economia e nega que haja um rodízio de água não declarado na capital.

O MPF (Ministério Público Federal) recomendou nesta semana que o governo estadual e a Sabesp apresentem projetos para a implementação imediata do racionamento de água nas regiões atendidas pelo sistema Cantareira.

De acordo com o órgão, há estudos que apontam a possibilidade de o sistema secar totalmente em menos de cem dias.

Por conta disso, foi dado ao governo estadual e à Sabesp um prazo de dez dias para que informem as medidas que estão sendo tomadas para evitar o colapso do sistema.


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