Folha de S. Paulo


Comitês farão plano contra perda de água em 14 cidades de SP e MG

No auge da crise hídrica que afeta a região Sudeste, 14 cidades de São Paulo e de Minas Gerais receberão um plano de combate à perda de água no abastecimento da população, encomendado pelos Comitês PCJ, órgão responsável pela gestão dos recursos hídricos na região.

São pequenas e médias cidades da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) que ainda não têm um plano diretor de combate a perdas ou cujos planos estão desatualizados –as outras 55 cidades da região do comitê ficaram de fora do projeto porque já têm planos semelhantes.

Hoje, essas 14 cidades têm índice de perda que chega a quase 50% de toda a água captada, como é o caso de Louveira (a 72 km de SP). A meta é que, até 2020, esse desperdício caia para 25%.

O alto índice de perdas e a forte estiagem deste ano fez com que a população de alguns desses municípios, como Valinhos e São Pedro, por exemplo, enfrentem racionamento de água há vários meses.

Os estudos vão beneficiar mais de 300 mil habitantes em nove municípios paulistas (Analândia, Bom Jesus dos Perdões, Ipeúna, Louveira, Rafard, Saltinho, São Pedro, Tuiuti e Valinhos) e cinco mineiros (Camanducaia, Extrema, Itapeva, Sapucaí-Mirim e Toledo).

De posse dos planos, que ficarão prontos daqui a oito meses, as prefeituras saberão em quais obras investir para reduzir a perda física (que não chega a ser consumida, geralmente desperdiçada em vazamentos ou na distribuição) e quais medidas adotar para evitar a perda aparente (água que é consumida, mas não faturada devido a ligações clandestinas ou hidrômetros descalibrados).

CONTRATOS

No valor de R$ 1,9 milhão, os contratos serão assinados na tarde desta quarta-feira (23) em Piracicaba, e os estudos serão feitos pelas empresas RHS Controls –Recursos Hídricos e Saneamento e Novaes Engenharia e Construções.

O contrato está sendo mediado pelos Comitês PCJ, que abrange mais de 5 milhões de habitantes em 69 cidades (64 paulistas e cinco mineiras).

A entidade firmou termos de cooperação técnica com os municípios por meio do seu braço executivo, a fundação Agência das Bacias PCJ, e contratou as duas empresas, por meio de licitação pública.

As prefeituras das 14 cidades não terão custo para a elaboração dos planos, mas ficarão responsáveis pelas obras necessárias segundo os estudos.

"O plano diretor é importante para otimizar recursos", diz Sérgio Razera, presidente da Agência das Bacias PCJ. "Ao diminuir o desperdício, sobram mais recursos para fazer investimentos."


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