Folha de S. Paulo


Chefe de facção será indiciado e pode ter prisão mais rígida

Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, chefe do PCC, será indiciado sob suspeita de tráfico de entorpecentes e formação de quadrilha, de acordo com policiais ouvidos pela Folha.

O indiciamento será resultado da operação da Polícia Civil de São Paulo que, desde a semana passada, prendeu 40 suspeitos de ligação com a facção criminosa.

Cerca de 30 policiais (a maioria militares) também são suspeitos de envolvimento com os criminosos.

Conversas gravadas durante a investigação ligam Marcola ao tráfico de drogas entre os outros suspeitos.

Marcola foi condenado a mais de 240 anos de prisão -de acordo com a lei, deve cumprir no máximo 30 anos.

Editoria de Arte/Folhapress

Preso em uma unidade de segurança máxima, em Presidente Venceslau (a 611 km de São Paulo), seu indiciamento deve provocar nova internação, por até um ano, no RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), com isolamento de 22 horas por dia.

Desde o início do ano, quando se tornou público um plano de resgate dos chefes do PCC do presídio em Venceslau, o governo tenta que a Justiça determine sua internação pelo tempo máximo previsto em lei: um ano.

Conseguiu apenas uma internação por dois meses. A Justiça determinou a saída do RDD porque não ficou provada a ligação do criminoso com o plano.

Um novo pedido de internação pode ser feito pelas secretarias da Segurança e da Administração Penitenciária, como já ocorreu, ou pelo Ministério Público Estadual.

As internações de chefes da facção criminosa sempre levam a polícia a ficar alerta no Estado.

Policiais ouvidos pela Folha dizem que, se for confirmada a internação de Marcola, pode haver ações de criminosas em represália.

Marco Ambrosio/Folhapress
Porsche apreendido pela polícia após operação contra o crime organizado em São Paulo
Porsche apreendido pela polícia após operação contra o crime organizado em São Paulo

'OPERACIONAL'

Além da prisões de 40 suspeitos, a polícia apreendeu 102 quilos de cocaína, 40 de maconha, armas (entre elas fuzis) e cerca de 20 veículos.

O alvo da operação é o chamado "centro operacional e financeiro" da facção responsável pelo gerenciamento e pela lavagem do dinheiro dos criminosos.

A Polícia Civil acionou a Interpol para que um dos suspeitos, que está nos Estados Unidos, seja preso.

Os policiais suspeitos serão investigados pelas Corregedorias da Polícia Militar e Civil e podem ser presos.


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