Folha de S. Paulo


Medicamento para os filhos com hiperatividade divide pais

A experiência de dar Ritalina aos filhos diagnosticados com transtorno do deficit de atenção divide pais entre o receio e a defesa do medicamento.

"Meu filho falava 'Mamãe, tem alguma coisa em mim que não me deixa desligar'", diz a fonoaudióloga Patricia Figueiredo, 43.

Há dois anos, ela levou Bruno, 10, à neurologista por sua dificuldade em se alfabetizar. Ele tomou Ritalina por dez dias. "Supendemos após ele passar duas noites sem dormir. Hoje, ele só vai à psicóloga uma vez por semana".

Patricia conta que o filho ainda está aprendendo a escrever e que faz as provas oralmente no colégio. Há hipótese, segundo ela, de ele ter dislexia.

"A médica disse que podemos tentar a Ritalina de novo daqui uns anos, mas eu não quero. Vejo ele controlar melhor os impulsos e estou segura de que está saudável, ainda que demore mais para aprender."

Para a pedagoga Sandra Tonarelli, 51, a Ritalina solucionou problemas de atenção das duas filhas, Erika, 20, e Letícia, 12, diagnosticadas neste ano.

"Foi uma surpresa, especialmente quanto à mais velha, que sempre foi calma e estudiosa", afirma.

Segundo Sandra, tomando a dose mínima de Ritalina, o desempenho das duas ambas melhorou muito. "A Erika acabou de passar em medicina", diz.


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