Folha de S. Paulo


Assembleia de SP aprova vagão exclusivo para as mulheres

Os deputados estaduais de São Paulo aprovaram o projeto de lei que prevê a criação de um vagão exclusivo para as mulheres. A ideia dessa composição é evitar assédio sexual das passageiras durante as viagens, nos mesmos moldes que acontece no Rio de Janeiro.

Pelo projeto, metrô e trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) devem ter um vagão em cada composição só para o uso das passageiras. O chamado "vagão rosa" não funcionaria nos feriados e nos finais de semana, período de menor movimento no transporte público.

Mulheres acompanhadas de crianças, mesmo que do sexo masculino, também podem usar o vagão exclusivo. O projeto segue agora para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), que poderá sancionar ou vetar o projeto. Um projeto semelhante de criar vagão exclusivo para mulheres na CPTM foi testado em 1995, mas a ideia foi logo abandonado pois tinha pouca aceitação dos usuários.

No projeto de lei, o deputado Jorge Caruso (PMDB) justifica a criação de vagões especiais por conta dos abusos que acontecem nos trens, principalmente, nos horários de pico.

"Sabemos que, infelizmente, grande parte da população feminina é obrigada a conviver com abusos pela falta de espaço nas composições. Essa situação é constrangedora para quem é obrigada a utilizar esse meio de transporte para ir e vir do trabalho, à escola, e outros, pois na falta de espaço nos vagões, as mulheres não tem outra opção senão 'aguentar' esse constrangimento durante todo o percurso, que muitas vezes é longo", diz o deputado no projeto de lei.

Procurados, o Metrô e a CPTM afirmaram apenas que o vagão exclusivo para as mulheres "infringe o direito de igualdade entre gêneros à livre mobilidade".

A cidade do Rio de Janeiro tem desde 2006 vagões do metrô voltados para mulheres nos horários de pico. Eles funcionam nos dias de semana das 6h às 9h e das 17h às 20h.


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