Folha de S. Paulo


Ubiratan Pereira Teixeira (1931-2014) - Bira, um escritor maranhense irreverente

O pai de criação de Ubiratan Teixeira era um militar linha dura, avesso às artes. Para conseguir participar das atividades teatrais da escola, o garoto precisou sair de casa escondido por várias vezes. Certo dia, apareceu no colégio vestindo o pijama.

O gosto pela leitura, escrita e atuação transformou Ubiratan em um dos expoentes da cultura maranhense.

Foram cerca de 60 anos dividindo-se entre trabalhos como teatrólogo, crítico de arte, escritor, professor e jornalista, entre outros.

Ocupante da cadeira nº 36 da Academia Maranhense de Letras desde 1978, publicou 14 livros. "Pequeno Dicionário de Teatro" e "Labirintos" são duas de suas principais obras.

Atualmente, publicava uma crônica semanal no jornal "O Estado", do Maranhão.

Bira, como era conhecido, integrou importantes movimentos da capital São Luís, como a Sociedade de Cultura Artística do Maranhão e o Centro Cultural Gonçalves Dias.

A criatividade e a irreverência de seus trabalhos o levaram a ser preso pela ditadura.

Antes mesmo de morrer, foi escolhido pela Fundação Municipal de Cultura como um dos homenageados da 8ª Feira do Livro de São Luís, que será realizada no segundo semestre deste ano.

Devido a um câncer de estômago, morreu no dia 15 de junho, um de seus meses favoritos. Adorava os festejos de São João, com suas músicas, danças e comidas.

Tinha 82 anos. Deixa Mary, com quem era casado havia quase seis décadas, três filhos, cinco netos, três bisnetos e um livro inacabado, que deverá ser publicado mesmo assim, segundo a família.

coluna.obituario@uol.com.br


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