Folha de S. Paulo


Ciclistas celebram nova pista no Butantã, mas cobram finalização

Depois de passar quase dez anos no papel e no topo das reivindicações de cicloativistas, a ciclovia da avenida Eliseu de Almeida, na região do Butantã (zona oeste de São Paulo), foi aberta neste final de semana pela prefeitura.

A estrutura estava em uso havia algumas semanas, mas a sinalização completa só foi entregue no sábado (14). O trecho de 2,1 km fica entre as ruas Camargo e Santa Albina.

Embora comemorem a abertura da ciclovia, agora os cicloativistas estão a postos para cobrar outros trechos projetados: o que vai conectá-la com a estação Butantã do Metrô e o que fará a ligação até o município de Taboão da Serra (Grande SP) pela avenida Pirajussara.

Bruno Poletti/Folhapress
Homem pedala por via de 2,1 km aberta sábado (14) no Butantã (zona oeste de SP); agora, cicloativistas cobram os 3 km restantes do projeto
Homem pedala por via de 2,1 km aberta sábado (14) no Butantã (zona oeste de SP); agora, cicloativistas cobram os 3 km restantes do projeto

Foi justamente na Pirajussara que um ciclista morreu atropelado por um caminhão em fevereiro. Outro ciclista já havia morrido na mesma via, em 2012. As mortes foram seguidas por protestos.

A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que fará o trecho até o metrô. A Subprefeitura do Butantã, responsável pela ligação até Taboão, diz que só espera liberação de verba. Completa, a ciclovia terá cerca de 5 km.

ROTA DE TRABALHO

A rota é usada durante a semana por ciclistas que se deslocam de Taboão até o centro expandido de São Paulo para trabalhar.

No domingo (15), em um percurso rápido de carro ao lado da ciclovia, a reportagem contou 11 ciclistas.

Um levantamento feito na terça (10) pelo Ciclocidade (associação dos ciclistas urbanos de São Paulo) verificou a passagem de 648 ciclistas entre as 6h e as 20h. Em 2013, no mesmo ponto (esquina com a rua Dr. Jacob Salvador Zveibel) e horário, foram 580.

O trecho inaugurado ontem é do tipo bidirecional, em canteiro central. "Não é o melhor. Dificulta o acesso às imediações. Deve ser a última opção, mas a prioridade era tirar do papel", diz Daniel Guth, diretor do
Ciclocidade.

Apesar da crítica, Guth diz que não haverá grandes problemas, já que se trata de uma espécie de "ciclovia expressa" para trabalhadores.

Para o cicloativista Cléber Anderson, o ideal seria ligar a ciclovia da Eliseu de Almeida à da avenida Faria Lima, cujo primeiro trecho foi inaugurado em 2012. "Mas seria preciso fazer a adequação da ponte Eusébio Matoso."


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